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domingo, 15 de janeiro de 2023

Escrito por em 15.1.23 com 4 comentários

MIL Posts!!!!!


Hoje o átomo chega a 1000 posts. Mil. Posts. Mais que isso, daqui a algumas semanas, o átomo completa vinte anos no ar. Seria legal pra caramba se eu conseguisse colocar esse post exatamente no dia do aniversário de vinte anos (e até cheguei a me planejar pra isso, antes da pandemia), mas teria que pular algumas semanas, então, embora até tenha pensado nisso, acabei desistindo. O lado ruim é que eu talvez tenha agora de pensar em algum assunto bem sensacional para o post de vinte anos.

Pois bem, confesso que jamais pensei que chegaria tão longe, não por achar que não teria vontade, mas por achar que não teria assunto, mas cheguei, e a ocasião pede um post especial: assim como fiz no Post 500, hoje, ao invés de falar sobre um assunto qualquer, vou falar sobre minha experiência ao longo desses quase vinte anos escrevendo pra vocês. Também como fiz naquela ocasião, decidi escrever cinco seções com cinco tópicos cada. Daquela vez, como vocês poderão ler logo no primeiro tópico da primeira seção desse post, eu acabei quebrando a cara, mas agora acho que pensei melhor sobre quais temas deveria abordar, e creio que serei um pouco mais bem sucedido.

Então, aproveitem, divirtam-se, e muito obrigado por terem estado comigo esses anos todos. O que vem pela frente? Não sei. Mais mil posts? Mais vinte anos? Não tenho como dizer. O fato é que, enquanto eu tiver assunto, pretendo continuar escrevendo.

Cinco fatos curiosos desses quase vinte anos de átomo

1. A previsão furada do post 500
- Eu comecei a escrever o post 500 com bastante antecedência - se não me engano, logo depois de levar ao ar o 450. Isso porque eu queria que fosse algo especial, e já tinha mais ou menos planejado o quê: uma espécie de lista de curiosidades sobre o átomo, agrupada em tópicos. Para poder fazer uma piada sem graça, decidi que seriam cinco seções de cinco tópicos cada. E, de certa forma, me ferrei.

As duas primeiras seções eram bastante óbvias, e decidi que estariam dentre as cinco assim que defini o formato do post: meus cinco posts preferidos (cuja seção ficou com o nome de "os cinco posts que eu mais gostei de escrever") e os cinco que eu menos gostava ("cinco posts que eu me arrependi de publicar"). Pouco tempo depois, decidi que outra das seções seria "cinco posts que eu iria fazer, mas desisti", e, alguns meses depois, "cinco coisas bizarras que eu já pensei em fazer com o átomo". Todas essas seções foram relativamente fáceis de se preencher, de forma que o post 500 já estava praticamente escrito quando eu levei ao ar o 475. Faltava, porém, uma seção, para poder fechar meu planejamento de cinco, e a ideia para essa seção não vinha de jeito nenhum.

Eu já estava me conformando em ter que deixar somente quatro e não poder fazer a piada, quando, na semana em que coloquei no ar o 498, sobre Clássicos Disney, tive uma ideia: algumas Categorias do átomo são propositalmente bem restritas, mas outras, mesmo bem amplas, pareciam que em breve não ganhariam mais posts. Surgiria assim, a quinta e última seção, "cinco Categorias que eu adoro, mas parecem estar chegando a um beco sem saída". E é por isso que eu acho que me ferrei, porque essa seção acabou virando uma queimada de língua monumental.

Das cinco Categorias que eu escolhi, somente uma realmente aparentemente "morreu" antes do post 500, Lovecraft, que tinha ganhado seu último post em agosto de 2012 (o post 500 foi em janeiro de 2013), e que só voltou a ganhar um post ano retrasado meio sem querer, quando eu falei sobre Monopoly Cthulhu - e que, se a gente parar pra pensar, é do time das restritas, não das amplas. As outras quatro não somente continuaram vivíssimas, como também prosperaram; delas, somente Tokusatsu teve menos posts depois do 500 do que antes (48 antes e 20 depois). Sobre a Categoria Jogos de Tabuleiro, eu até posso usar a desculpa de que não sabia que um monte de jogos novos que atrairiam meu interesse seriam lançados, fazendo com que a categoria tivesse 12 posts antes do 500 e 30 depois, mas eu não sei onde estava com a cabeça por não somente ter achado que, depois do post 500, eu não me interessaria mais por falar sobre cantores e bandas, o que levaria ao fim da categoria Música (que teve 25 posts antes e 33 depois), mas também ter acreditado que perderia o interesse em falar sobre Esportes - Categoria que, embora realmente não ganhe um post novo desde setembro de 2021, teve nada menos que 95 posts depois do 500, contra 32 antes. Talvez tivesse sido melhor trocar uma das duas pela Categoria Anime, que teve 15 posts antes do 500 e só 3 depois, e que eu até pensei em colocar, mas descartei porque a lista já tinha Tokusatsu, ou por RPG, que teve seu último post em 2010, e nem passou pela minha cabeça quando eu estava fazendo a lista.

Enfim, eu adoro o post 500, mas dessa seção eu não gosto. Se tivesse pensado melhor, teria aberto mão da piada sem graça e deixado o post só com quatro seções.

2. São mil mesmo? - Depende do ponto de vista. Publicados, são mil. Mas, se você considerar só os "escritos por mim", são 991 - já que nove foram escritos por meus amigos como autores convidados. Os mais rigorosos podem também excluir os posts de Aniversário da Tori Amos e os Tapa-Buracos, já que eles são praticamente apenas letras de música, e aí a contagem cai pra 967. E, se você for rigoroso mesmo, ainda pode desconsiderar os 12 contos que eu republiquei do Crônicas de Categoria, levando a contagem para 955. Mas, no meu entender, fui eu quem escreveu os contos, não importa que eles tenham sido republicados, e, como eu escrevi pelo menos a introdução nesses outros 33 posts, vou contá-los sim. São mil.

3. Autores Convidados - Falando em autores convidados, essa foi uma ideia muito legal que eu tive, acreditem ou não, ainda antes do post 500, mas demorei muito pra colocar em prática. Eu tenho amigos maravilhosos, que escrevem super bem (mesmo que eles mesmos não achem isso), e sempre quis ter textos deles aqui no átomo. Quando fiz a primeira edição do Mês dos Convidados, infelizmente nem todos aceitaram, mas em compensação algumas amigas que eu não tinha convidado disseram que queriam também, o que me motivou a convidar mais algumas e fazer o Mês da Mulher. Gostei muitíssimo de ambas as experiências, e só não as repeti porque não quis encher o saco dos amigos que já não tinham aceitado.

Uma curiosidade que pouca gente sabe é que, quando eu fiz o Mês dos Convidados, na minha cabeça os convidados iriam escrever posts "no estilo átomo", escolhendo um tema e discorrendo sobre ele. Mas eu esqueci de avisar isso, e uma das minhas amigas escreveu uma crônica, da qual eu gostei, e decidi levar ao ar assim mesmo, optando por também não fazer essa exigência no Mês da Mulher. Acabou que foi melhor.

4. Comentários necessários - O átomo não é um blog de muita interação - aliás, nem precisa ser. Eu agradeço a todos os que dedicam parte de seu tempo para ler meus posts enormes, mas não acho essencial que comentem neles. Ler é o principal, não precisa comentar qualquer coisa só pra dizer que leu - por outro lado, se quiser fazer algum comentário, acréscimo ou agradecimento, claro que pode também, os posts têm seção de comentários por causa disso mesmo. A maior parte dos comentários que eu recebo, infelizmente, são meio, digamos, sem noção, normalmente me perguntando coisas que tem pouco a ver com o meu texto ("onde eu baixo um app desse jogo para celular?") ou destilando o famoso ódio gratuito (um dos mais curiosos dizia "seu texto está muito bom, mas você escreveu um monte de coisa errada, seu merda"); alguns, entretanto, reforçam minha fé, me lembrando do por quê de o átomo ter seção de comentários. O melhor exemplo está no post sobre o Jogo do Chapéu.

Para quem não sabe do que estou falando, o Jogo do Chapéu é um jogo de tabuleiro que marcou minha infância, mas do qual aparentemente só eu me lembrava, já que ninguém parecia saber do que eu estava falando quando o mencionava - até minha esposa, na época minha namorada, revelar que também teve um, do qual inclusive sobreviveu o tabuleiro, de forma que até pude voltar a jogar. Foi isso, inclusive, que me motivou a escrever o post. E, algum tempo após eu colocar o post no ar, várias pessoas começaram a escrever comentários dizendo que também se lembravam do jogo, que o tinham em casa mas não sabiam como jogar, ou que encontraram o átomo ao pesquisar sobre ele - alguns até me perguntavam se eu sabia onde comprá-lo, algo que na época eu não fazia ideia, mas depois descobri e atualizei o post, na esperança de que eles vissem. Essa interação com tanta gente que, assim como eu, tinha esse jogo tão legal em seus corações confirma que somente bons autores não bastam para manter um blog por vinte anos no ar - é preciso ter bons leitores também.

5. A quarentena - Muita gente pode não saber, mas eu sou professor de inglês. Foi justamente por causa dos compromissos da minha profissão que eu acabei estipulando que só iria postar uma vez por semana, e que iria sempre escrever os posts seguintes com antecedência - porque, afinal, eu não quero gastar todo o meu tempo livre escrevendo para o átomo. No começo de 2020, eu troquei de escola, e meu horário ficou ainda mais apertado do que antes, com menos tempo livre, o que fez com que eu não conseguisse manter a antecedência de sempre - normalmente, quando eu posto, eu já tenho cinco outros posts escritos, mas, com o emprego novo, passei vários dias sem escrever, e cheguei a ter apenas dois.

Mas aí, logo depois, começou a quarentena por causa da pandemia - eu só trabalhei presencialmente seis semanas na escola nova antes de as aulas passarem a ser online - e, apesar de eu não ter parado de trabalhar - dar aula online de inglês é mil vezes mais difícil que presencial, podem acreditar - ficou mais fácil para eu escrever posts, principalmente porque não perdia mais tempo com deslocamentos - trabalhando de casa, não precisava pegar ônibus pra lugar nenhum. Na minha cabeça, a quarentena iria acabar logo - em março de 2020, eu achava que em maio já estaria tudo normal - então eu desenvolvi um plano ambicioso: escrever durante a quarentena tantos posts quanto conseguisse, porque aí, quando as aulas presenciais voltassem, não teria problema se eu não conseguisse manter o mesmo ritmo.

Acreditem ou não, eu consegui abrir uma frente de 16 posts - quando coloquei o 900 no ar, já tinha escrito até o 916. Foi essa frente gigante, aliás, que me possibilitou revisar os posts das Olimpíadas e criar as tabelas para as séries de posts. Justamente quando eu coloquei o post 900, achei que a frente estava meio exagerada, e resolvi reduzir o ritmo. Mesmo assim, somente ao longo de 2022 foi que a frente voltou a ser de cinco posts.

O que não significa que eu já tenho escrito até o 1005. Isso, no momento, é segredo.

Do 501 ao 999, os cinco posts que eu mais gostei de escrever

1. Mariah Carey
- Quem me conhece há mais tempo sabe que eu já fui fanático por Mariah Carey. Mais até do que por Tori Amos. Um dia, o amor acabou, e não foi legal. Durante alguns anos, eu odiei Mariah Carey com a mesma intensidade que tinha amado, até que a raiva passou e eu decidi dar uma segunda chance. E escrever esse post foi parte da catarse. Até ele, minha introdução preferida era a do post sobre pinball. Hoje, eu às vezes volto nele só pra reler a introdução. Que deve ser a mais comprida do átomo também.

2. Automobilismo (I) - Desde criança eu amo automobilismo, mas, infelizmente, esse não é um assunto muito frequente aqui no átomo. Um dos motivos é que, tendo falado sobre as categorias principais, jamais me interessei em sair falando sobre todas as que existem só para constar. Um dia, porém, não por acaso logo depois de fazer o post sobre motociclismo, eu tive a ideia de fazer um post falando sobre o automobilismo em si, e não sobre uma de suas categorias. Esse post ficou gigantesco, e acabou virando dois, sendo que o primeiro é inteiramente devotado à modalidade circuito, aquela da qual fazem parte, dentre outras categorias, a Fórmula 1, a Fórmula Indy, a NASCAR e a Stock Car Brasil.

Eu gostei muito de escrever esse post, não somente porque ele me deu oportunidade de falar mais sobre automobilismo, incluindo seus primórdios, mas porque, nele, pude falar pela primeira vez sobre a reunificação da Fórmula Indy, pude falar sobre a fusão da ALMS com a Rolex (duas categorias sobre as quais já tinha feito posts), que resultou no Weathertech, sem precisar fazer um post específico sobre essa categoria, e pude falar rapidamente sobre categorias que de vez em quando cogitei escrever posts sobre elas mas desisti, como a Supercars, a DTM, o WEC e as 24 Horas de Nürburgring. Esse é um dos meus posts preferidos, e, até hoje, eu de vez em quando o releio, mesmo ele já estando bem desatualizado.

3. Lutas de Cinturão - Uma das histórias mais contadas do átomo foi a de quando eu decidi escrever sobre lutas esportivas para terminar de falar sobre todos os esportes das Olimpíadas e acabei fazendo uma série não-oficial de um post por mês. Algumas lutas "sobraram", e acabaram ganhando seus próprios posts bem depois. Em um caso específico, o do kurash, esse post acabou crescendo, crescendo, e virou um post sobre várias lutas nas quais o objetivo é derrubar o oponente segurando-o por uma faixa na cintura, conhecidas como lutas de cinturão. Um dos motivos que fizeram com que esse post passasse a ser um dos meus favoritos foi a quantidade de informações sobre lutas desportivas e esportes tradicionais da Ásia Central que eu aprendi enquanto estava pesquisando para escrevê-lo - inclusive, foi através dele que eu acabei descobrindo os Jogos Mundiais Nômades, torneio multiesportivo do qual eu nunca havia ouvido falar. Muitas dessas informações acabariam dando origem a novos posts, que por sua vez deram origem a outros, criando uma verdadeira cascata de conhecimento, que começou despretensiosamente com um esporte praticamente desconhecido por aqui.

4. Sistema Métrico - Eu gosto muitíssimo de escrever sobre assuntos, digamos, exóticos, aqueles que fogem do padrão do átomo, que resultam em posts como o do rinoceronte, o das eras dos quadrinhos de super-heróis, e o do chocolate. Infelizmente, não é fácil pra mim arrumar esses assuntos; felizmente, quando resolvi adaptar os antigos posts do Almanaque BLOGuil para o átomo, ganhei um monte deles. De todos, o meu preferido é o do Sistema Internacional de medidas, também conhecido como Sistema Métrico, porque foi o que me proporcionou descobrir o maior número de informações interessantes quando estava pesquisando para escrevê-lo. Até hoje, de vez em quando, eu faço um esforço para encontrar outro tema tão legal, mas ainda não consegui.

5. Que Rei Sou Eu? - Até meados de 2009, eu era noveleiro. Assistia a todas as novelas da Globo, e adorava. Depois, por motivos vários, abandonei essa prática.

Eu nunca havia pensado em escrever sobre novelas, entretanto, até comprar e assistir ao box em DVD de Que Rei Sou Eu?. E, ao fazê-lo, acabei criando também uma série sobre novelas, relembrando várias de minha infância e adolescência, reavivando muitas memórias boas. Essa é a prova de que os bons assuntos saem de locais improváveis, e que até um post feito meio por acaso, no calor do momento, pode se tornar um dos favoritos de um autor de blog.

Cinco posts que eu quero escrever, mas não consigo

1. Nina Persson
- Minha cantora preferida é Tori Amos, sem sombra de dúvida, mas eu costumo brincar dizendo que a segunda da lista depende do meu estado de espírito no dia. Mas, se eu tivesse que escolher pra valer uma segunda cantora preferida, acho que escolheria Nina Persson. Começando como vocalista dos Cardigans, a cantora sueca depois foi para uma banda chamada A Camp, e então para carreira solo, sempre com a mesma qualidade; o fato de eu adorar a voz dela, e o de eu hoje achar meu post sobre os Cardigans bem ruinzinho, fazem com que, há pelo menos dez anos, eu tenha o desejo de escrever um post falando especificamente sobre Nina Persson. A dificuldade, no caso, é a de que as informações necessárias para um post sobre a carreira de uma cantora sueca aparentemente não estão disponíveis em lugar nenhum, nem mesmo em sites em sueco - encontro algumas coisas de quando ela era dos Cardigans, uma ou outra informação sobre shows que ela fez depois disso, e só. Já tentei escrever um post várias vezes, e nunca sai nada do jeito que eu gostaria.

2. Witchblade - Quando a Editora Globo lançou os quadrinhos da Image no Brasil, eu só comprava dois: Gen 13 e Witchblade. Confesso que o motivo pelo qual eu escolhi justamente esses dois foi "mulheres gostosas seminuas", mas, em minha defesa, eu tinha 16 anos. Apesar do motivo não ter sido nem um pouco nobre, me surpreendi com ambas, que sempre achei bem legais - praticamente, eram os dois únicos quadrinhos da Image dos quais eu gostava, além do Spawn, que eu não comprava porque a minha namorada da época sim, então eu lia os dela; todos os outros, de Wild C.A.T.S. a Cyber Force, de The Darkness a Savage Dragon, e nem vou citar os do Rob Liefeld, eu achava ruins de doer.

Pois bem, em 2013 eu consegui, com relativa facilidade, fazer um post sobre Gen 13, e em 2017 consegui fazer um sobre Spawn. Desde 2014, porém (me lembro por causa da Copa do Mundo), eu tento fazer um post sobre Witchblade e não consigo. O motivo, no caso, é que, embora eu até tenha conseguido descobrir em que ano as revistas foram lançadas, quantos números tiveram e quem trabalhou nelas, tenho uma dificuldade danada em conseguir definir o que raios aconteceu na história, o que, não é por nada, seria o principal. Aparentemente, todo mundo que fala sobre Witchblade foca apenas no começo da saga, lá nos anos 1990, e ignora tudo o que ocorreu nos quase trinta anos seguintes de publicação.

3. Tirinhas de Jornal - Quando criança, eu adorava tirinhas de jornal; sempre que meu pai chegava do jornaleiro (ele nunca gostou de fazer assinaturas), eu corria para pegar o Segundo Caderno e ler as tirinhas. Por causa disso, praticamente desde que decidi que o átomo seria um blog para falar das coisas das quais eu gosto, penso em falar sobre tirinhas de jornal. O problema é que, enquanto para algumas, como Recrutra Zero seja relativamente fácil encontrar informações, para outras, como Hägar, o Horrível e Croc e os Legionários, é praticamente impossível encontrar qualquer informação que não seja quem criou e desde quando é publicado. Por causa disso, já por muitas vezes eu pensei em fazer simplesmente posts sobre as que têm mais informações disponíveis, criando a categoria Tirinhas de Jornal, por outras pensei em fazer um post chamado Tirinhas de Jornal falando sobre todas das quais eu gosto, e sempre acabo desistindo.

4. Jogos de Atari - Desde que eu decidi que o átomo seria um blog para falar sobre coisas das quais eu gosto, eu gosto de falar sobre games - se esses posts andam raros, é porque, como eu tenho dito em todos os posts mais recentes da categoria, aparentemente eu já falei sobre todos dos quais eu gosto. E eu afirmo que é "aparentemente" porque, também desde que eu decidi que o átomo seria um blog para falar sobre coisas das quais eu gosto, eu penso em falar sobre jogos de Atari. A dificuldade, aqui, é a mesma das tirinhas de jornal: alguns, como River Raid, até possuem muitas informações disponíveis, enquanto outros, como Moon Patrol, só têm o ano de lançamento. Ao longo dos anos, eu alternei entre querer escrever posts sobre jogos específicos e escrever um post genérico chamado Jogos de Atari, e sempre acabei desistindo.

5. Os Simpsons - Houve uma época na qual eu adorava Os Simpsons. Não perdia um episódio, sabia muitas das piadas de cór, e colocava o desenho, fácil, em qualquer das minhas listas de favoritos. Quando eu decidi que o átomo seria um blog para falar sobre coisas que eu gosto, por diversas vezes pensei em falar sobre Os Simpsons. Mas, não sei se vocês já repararam, eu tenho uma certa relutância em falar sobre séries que ainda estão no ar, e essa relutância vem desde os primórdios do átomo, de forma que, como a série ganhava uma nova temporada a cada ano, a cada ano eu também adiava o post sobre Os Simpsons mais um pouquinho.

Só que a série não acaba, e parece que não vai acabar nunca - já são mais de trinta temporadas no ar, e, a cada ano que passa, eu tenho menos vontade de falar sobre Os Simpsons. Parei de assistir faz séculos, já não acho graça na maioria das piadas, e já acho até ridículo que uma série esteja há tanto tempo no ar tendo mudado tão pouco de seu status quo. Todos os cinco assuntos que escolhi para essa seção têm chance de jamais verem a luz do sol, mas creio que Os Simpsons é o que tem a maior.

Cinco histórias escondidas em posts sobre assuntos relacionados

1. H.G. Wells (A Máquina do Tempo) - Quando eu escrevi esse post, iria falar apenas sobre o livro, mas, não me lembro bem por que, comecei escrevendo uma mini-biografia de seu autor, e, quando vi, já tinha praticamente escrito um post sobre H.G. Wells. Acabei o editando para que voltasse a ser um post sobre A Máquina do Tempo, mas gostei tanto do resultado que o imitei em alguns posts subsequentes sobre livros - se hoje o de Anna Karenina também é um pouco sobre Tolstoi, o de Dom Quixote é bastante sobre Cervantes, e o de Os Livros da Selva é quase todo sobre Kipling, a culpa é desse post aqui.

2. Muhammad Ali (Olimpíadas XII)
- Todos os posts sobre as Olimpíadas são cheios de boas histórias; não querendo falar apenas os resultados, e ainda sem saber o que seria do átomo dali pra frente, eu optei por, toda vez que houvesse um acontecimento de destaque, falar sobre os atletas envolvidos. Esse post, em especial, tem, dentro dele, praticamente um mini-post sobre Muhammad Ali, talvez o maior boxeador de todos os tempos. Mas não é só por isso que ele está entrando nessa lista: a história de Ali também é fantástica, e vale a leitura.

3. Carl Barks (Duck Tales) - Quando criança, eu lia muito os quadrinhos da Disney, e os meus preferidos eram os do Tio Patinhas. Na minha cabeça, assim como todos os demais personagens Disney, ele havia sido inventado pelo próprio Walt Disney; somente depois de velho foi que meu cunhado, que também é fã do personagem, me explicou que o Tio Patinhas, o Professor Pardal, a Maga Patalógika e os Irmãos Metralha, dentre outros, foram criações de um roteirista chamado Carl Barks - foi só então que eu me dei conta, inclusive, de que era por isso que justamente esses personagens eram as estrelas de Duck Tales. Anos mais tarde, quando eu decidi escrever sobre Duck Tales, decidi que, assim como faço nos meus posts sobre literatura, iria fazer desse um post um pouco também sobre Barks; por isso, no post sobre Duck Tales, vocês podem encontrar também um pouco sobre a vida e a obra daquele que, pra mim, foi o maior dos roteiristas da Disney, à frente talvez até do próprio Walt.

4. Estúdios Hammer (Um Grito de Pavor / Carnaval de Almas) - Eu sou fã de filmes antigos de terror, e, no quesito qualidade, para esse gênero, ninguém supera os Estúdios Hammer. Durante muito tempo, eu cogitei fazer um post especificamente sobre os Estúdios Hammer, nos moldes do que eu fiz sobre a Tatsunoko (que é um estúdio de anime, ninguém tem obrigação de saber), mas jamais me animava a começar a escrevê-lo. Quando decidi fazer o post sobre Carnaval de Almas, achando que não teria assunto para um post inteiro, acabei chegando acidentalmente a uma forma de falar sobre a Hammer, pareando-o com um dos filmes do estúdio e falando sobre eles no meio do texto. O resultado me pareceu bastante satisfatório, embora às vezes eu lamente não ter um "Estúdios Hammer" na lista de Textos Passados.

5. Bollywood (Sonalee Kulkarni) - Diferentemente de outros assuntos do átomo, filmes indianos, para mim, são uma paixão recente, iniciada durante a pandemia. Quando comecei a assisti-los, assim como muita gente, imaginava que todos eram produzidos em Bollywood, que seria um lugar cheio de estúdios, tipo, bem, Hollywood. Não somente, curiosamente, eu comecei a assistir filmes indianos justamente por alguns que não eram de Bollywood (os cinco primeiros que eu assisti no Prime Video foram três maratas e dois punjabi, embora não tenha sido de propósito, eu os escolhi pela sinopse), como também, ao procurar mais informações sobre filmes indianos, descobri que o que eu imaginava era só metade da verdade, com Bollywood sendo mais uma espécie de selo de qualidade que um local físico. Um resumo que eu acabei achando bem interessante sobre o que seria um "filme de Bollywood" acabou indo parar no meu primeiro post sobre cinema indiano, dedicado à atriz Sonalee Kulkarni (cuja maioria dos filmes não é de Bollywood, e sim do cinema marata), que, talvez por ter sido a primeira a me chamar atenção, até hoje é minha preferida.

As cinco histórias mais bizarras que eu li escrevendo posts do átomo

1. Toei Fushigi Comedy Series (IV)
- Eu não vou escrever as histórias bizarras aqui, porque eu quero que vocês vão lá nos posts lê-las, mas garanto que valem a pena. Essa aqui, por exemplo, não tem a ver com sobrenatural nem nada assim, mas foi a história mais bizarra que eu já li para escrever um post.

As Toei Fushigi Comedy Series eram séries japonesas de tokusatsu, no estilo Jaspion ou Changeman (ou Power Rangers, para quem é mais novinho), mas com um clima mais de comédia (por isso o nome). Uma das séries de maior sucesso desse formato foi Mahou Shoujo Chuuka na Paipai!, estrelada por uma heroína que viria a criar um gênero hoje conhecido como "guerreiras mágicas". Para protagonizar a série, a Toei, sua produtora, escolheu a atriz e cantora Natsuki Ozawa, de 16 anos, uma celebridade dentre as crianças e adolescentes. Apesar do sucesso absurdo que a série estava fazendo, batendo recordes de audiência e de venda de merchandising, ela teve de ser cancelada após apenas 26 episódios - e o motivo do cancelamento é a tal história bizarra.

2. Além da Imaginação - Quando eu decidi escrever um post sobre Além da Imaginação, já imaginava que leria alguma história bizarra, mas essa passou de todos os limites. O pior é que eu me lembro de ter lido alguma coisa sobre ela há muito tempo, mas, por algum bloqueio, não a registrei. A história nem tem a ver com a série, e sim com o filme baseado nela, lançado aqui no Brasil com o nome de No Limite da Realidade. Ocorreu durante as gravações, e envolve ganância, despreparo e muita falta de sorte.

3. 2001: Uma Odisseia no Espaço - Caso alguém não conheça esse filme, ele tem a ver com exploração espacial e civilizações alienígenas. Quando ele estava sendo filmado, entretanto, a exploração espacial "verdadeira", aqui na Terra, estava a todo vapor, o que levou Stanley Kubrick, diretor do filme, a uma preocupação, digamos, inusitada. Seu temor (felizmente para uns, infelizmente para outros) acabou não se confirmando, mas acabou rendendo uma boa história - que contribuiu ainda mais para a fama que Kubrick já tinha de maluco.

4. Boris Karloff - Considerado um dos maiores atores da história do cinema, Karloff chegaria ao estrelato já em uma idade considerada avançada para um ator, aos 44 anos, quando interpretou o Monstro de Frankenstein no clássico filme da Universal. Nada mais normal, portanto, que, quando o ator faleceu, em 1969, alguns jornais tenham decidido usar sua foto maquiado como o Monstro, para que a parcela da população que não acompanhava filmes de terror pudesse identificá-lo. Um dos maiores jornais do planeta, The New York Times, porém, meteu os pés pelas mãos, e deu origem a uma história talvez nem tão bizarra, mas com certeza vergonhosa.

O post sobre Karloff, aliás, traz uma segunda história bizarra (talvez isso fosse de se esperar em se tratando de Karloff), que envolve o nascimento de sua única filha, Sarah, ocorrida no dia em que ele estava filmando O Filho de Frankenstein. Essa é menos bizarra, mas mais divertida.

5. Olimpíadas (II) - Todos os posts sobre as Olimpíadas são cheios de boas histórias, mas os primeiros são especialmente cheios de histórias bizarras - um reflexo do amadorismo das primeiras edições. Nenhuma das que eu li, entretanto, supera a históra da Maratona de 1904, quando os Jogos Olímpicos foram realizados em Saint Louis, Estados Unidos. Alguém deveria fazer um filme especificamente sobre essa Maratona, que, no meu texto, rendeu três parágrafos cheios de reviravoltas e bizarrices.
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Escrito por em 5.12.16 com 4 comentários

BLOGuil

Hoje o átomo completa 700 posts. Setecentos. Pode não parecer muito, mas, se levarmos em conta que, durante a maior parte da sua existência, ele só teve um post por semana, é uma marca respeitável. Uma que, confesso, não achei que fosse alcançar. Quando cheguei no post 500, achei que, em breve, ficaria sem ânimo e sem assunto, mas, contra as minhas expectativas, o blog perseverou. Hoje, eu tenho plena consciência de que vou parar de escrever para ele um dia, mas já nem imagino quando isso vai ser. Provavelmente vocês me verão no post 800 dizendo que jamais esperava chegar a essa marca, mas, em meu íntimo, desejo que eu continue escrevendo para sempre. Ou pelo menos até não ter mais condições físicas e mentais para tanto.

Nesse momento tão especial, eu gostaria de pedir licença para falar sobre uma coisa que, diferentemente de um filme, uma banda ou um game, provavelmente interessa a pouquíssima gente além de mim - mas que pode servir como boa leitura ou entretenimento para os demais, ou até como uma forma de saber um pouco mais sobre a história do átomo, se é que alguém tem esse desejo. Hoje eu vou falar sobre o meu primeiro blog, sem o qual o átomo não existiria. Hoje eu vou falar sobre o BLOGuil.

Eu não sei bem quando foi que começou essa moda de blogs, mas acho que demorei para criar um. Somente no início de 2002, quando conversava sobre o que raios seria um blog com uma amiga, doravante conhecida como Penny Lane, que eu fiquei com vontade de fazer um. Ainda assim, demorei bastante até decidir, efetivamente, criá-lo.

Era o dia 7 de maio de 2002. Meu pai trabalhava na coordenação do curso de direito de uma universidade, e, naquele dia, iria sair do trabalho na hora do almoço. Eu e minha irmã fomos encontrá-lo para ganhar uma carona até em casa, e estávamos em sua mesa aguardando ele sair de uma reunião com o reitor. Como ele havia autorizado que usássemos seu computador, eu estava checando alguns emails e vendo uma ou outra coisa qualquer quando me lembrei dos tais blogs. Não lembro se minha irmã também já sabia o que era ou se expliquei a ela naquele momento, mas me lembro que ela ficou bastante empolgada em criar um. Fiz uma busca sobre "melhores locais para se hospedar um blog" ou coisa do tipo e, acreditem ou não, o melhor de todos, segundo a pessoa que fez a lista, era um chamado Weblogger. Fui no tal Weblogger, registrei a conta e, quando vi que mais de uma pessoa poderia editar o blog, adicionei minha irmã também.

O nome do blog, necessário para se concluir o registro e criar seu endereço, confesso que criei meio de impulso. Não imaginava que fosse precisar criar um nome para ele já no ato do registro, então não tinha pensado em nenhum. A primeira coisa que veio à minha mente, sei lá o porquê, foi justamente BLOGuil. "Guil" era uma espécie de apelido - embora pouquíssima gente realmente me chamasse assim - inventado meio de zoação por um colega meu do CEFET (o colégio onde cursei o ensino médio, pode ser que alguém não saiba), mas que eu acabei gostando, porque era mais "exclusivo" do que Gui, Guigui, Guiga ou outros apelidos pelos quais os Guilhermes são conhecidos. Quando fiz o registro do blog, precisei criar um nome de usuário que ninguém mais tivesse escolhido, e minha escolha óbvia foi Guil - minha irmã, que se chama Débora, não deu tanta sorte, e acabou tendo que ser Debbby, com três "b", porque tudo o mais que ela tentava já havia sido escolhido. Para criar o nome do blog, juntei "blog" com "Guil" e deu BLOGuil. E ainda botei um subtítulo, fazendo com que o nome completo do blog fosse BLOGuil - o Blog do Guil.

Criei o blog, fiz o primeiro post (prometendo "atualizações incríveis" para breve) e, ao chegar em casa, contei a novidade para a Penny Lane e para o meu melhor amigo (o qual conhecia desde 1989, quando tínhamos 11 anos, e que alguns anos depois da criação do BLOGuil viria a namorar a minha irmã e se casar com ela, se tornando, também, meu cunhado) e convidei a ambos para participar também, convite que foi aceito - com meu cunhado decidindo usar o nome de Rod Ran. Do início até o fim, nós quatro seríamos conhecidos como "a equipe de Colunistas do BLOGuil" (embora nenhum de nós jamais tivesse tido, de fato, uma coluna), sendo responsáveis por todos os posts lá publicados, algumas vezes com contribuições de amigos que já conhecíamos pessoalmente ou que viemos a conhecer graças à internet, em sua maioria através de comentários no blog, mas de vez em quando com ideias para posts.

E agora, após quase quinze anos, uma revelação bombástica: quem já conhece o BLOGuil, mas não conhece o teor da revelação bombástica que estou prestes a fazer, deve ter estranhado quando mencionei que a equipe de Colunistas do BLOGuil era composta de quatro pessoas, e talvez achado que eu me esqueci de um. De fato, nós tínhamos um "quinto Colunista", o Ombudsman. A revelação bombástica é que o Ombudsman era eu. Ou, melhor colocado, toda vez que aparecia um post "escrito pelo Ombudsman", fui eu que escrevi. Eu criei uma segunda conta, com o nome de usuário Ombudsman, e logava com ela para escrever esses posts. E, aproveitando as revelações bombásticas, eu também era a Mariana de Niterói, uma espécie de namorada do Ombudsman, que de vez em quando fazia comentários. Juro que todos os outros comentários foram de pessoas que realmente existiam, não inventadas por nenhum de nós - inclusive o Capitão Cinza, que é o alter ego de um amigo nosso.

A história de por que eu decidi criar um quinto Colunista fictício é até meio boba. Em seu template (que nós insistíamos em chamar de layout), o BLOGuil tinha uma coluna central, mais larga, onde ficavam os posts, e duas colunas mais estreitas, nas laterais, que nós fizemos questão de encher com todo o tipo de javascript possível e imaginável. Dentre outras bijujas, tínhamos um contador de quantos visitantes já haviam acessado a nossa página; uma contagem regressiva para quando o BLOGuil completasse um ano, que depois virou uma "contagem progressiva" de há quantos dias o BLOGuil já estava no ar; uma tag board, na qual qualquer visitante poderia escrever "mini-posts"; e um formulário Incomode nosso Ombudsman. O formulário foi ideia do Rod Ran, e, quando alguém o utilizava, nós quatro recebíamos uma cópia de um email, contendo o teor da mensagem e o nome de quem a escreveu. Não era muito diferente de escrever um comentário, exceto pelo fato de que apenas nós quatro iríamos ler, enquanto os comentários dos posts eram públicos e podiam ser lidos por qualquer um que acessasse o blog. Esse formulário foi ideia do Rod Ran (segundo ele, para que nossos visitantes pudessem fazer reclamações) mas a parte do ombudsman foi ideia minha. A primeira vez em que vi essa palavra foi na revista Game Power, uma revista sobre games que meu primo comprava quando tínhamos uns 12 ou 13 anos, e foi graças a essa revista que eu descobri que um ombudsman é um pobre coitado, digo, um funcionário que serve só para ouvir e registrar reclamações dos outros. Quando o Rod Ran propôs que tivéssemos um formulário de reclamações, a primeira coisa que me veio à mente foi que elas seriam recebidas por nosso ombudsman.

Pois bem, outra coisa que tínhamos nas colunas laterais - a primeira coisa da coluna da esquerda, aliás - era uma caixa com os dizeres "Os Colunistas do BLOGuil" e nossos quatro nomes acompanhados de algumas frases de efeito (tipo "Guil - o fundador", "Debbby - a caçulinha" etc.). Eu já tinha a ideia de colocar algum tipo de imagem junto a esses nomes para nos representar, mas, como havíamos concordado em não revelar nossos verdadeiros rostos, e nenhum de nós era exatamente um ás do desenho para fazer caricaturas nossas, não sabia bem como faria. Poucos dias depois de criar o blog, eu achei na internet um conjunto de ícones dos Changeman (um seriado de sentai muito famoso na minha infância, caso alguém não saiba), e achei que seria legal usá-los para nos representar. Havia somente um problema: os Changeman eram cinco, e nós éramos quatro. Ao invés de descartar um dos Changeman, de convidar uma quinta pessoa, ou de pensar em alguma outra coisa, eu decidi incluir o Ombudsman - que, afinal, se tinha seu nome lá no formulário, era praticamente um membro da equipe - como Colunista. A princípio, ele só servia para isso - ter o nome dentre os Colunistas e no formulário - mas, um dia, eu decidi que seria legal se ele também publicasse seus próprios posts, e criei a já mencionada segunda conta.

No início, o BLOGuil era bem ruinzinho. É verdade, e não há outra forma de explicar. A banda larga ainda era para poucos, de forma que ninguém ficava conectado 24 horas por dia como hoje; a gente acessava a internet, fazia o que tinha que fazer, saía e ia fazer outras coisas. Isso aliado a uma certa falta de saber o que fazer com o blog fez com que o primeiro mês não fosse nada memorável. Tivemos um monte de piadas velhas e sem graça, piadas internas, conversas entre os Colunistas, uma versão de Baba Baby, da Kelly Key, em francês, como dizer palavras essenciais como "baleia" ou "avental" em 12 idiomas, e o Hino Nacional da República Tcheca (em tcheco), para vocês terem uma ideia. Nós quatro também tínhamos a mania de fazer aqueles testes de intenet, tipo "quem é você nos Simpsons?" e colocar o resultado no blog, o que, por alguma razão, fazia um certo sucesso com os visitantes (chamados por nós nos posts de "Entusiastas", termo sugerido pelo Rod Ran), que colocavam seus próprios resultados nos comentários. Chegamos até a criar nossos próprios testes, como "Qual Colunista do BLOGuil é você?" e "Qual layout do BLOGuil é você?".

Praticamente a única coisa de destaque nessa primeira fase foi o Big Brother BLOGuil: eu e minha irmã pegamos dez bichinhos de pelúcia e tiramos várias fotos deles como se estivessem participando do programa Big Brother, postando-as regularmente. Tinha prova do líder (inclusive uma valendo um carro - de fricção) e até votação para vencedor (quem venceu foi o Pato, que ganhou 500 mil em de dinheiro do Banco Imobiliário). O sucesso do BBBLOGuil levou à "produção" de outros Reality Shows, como Família Coração e Pavor à Bordo, mas estes consistiam apenas de uma figura e um texto, sem que seu desenrolar completo fosse criado.

No dia 20 de maio, eu resolvi trocar os ícones dos Changeman por uns com personagens das histórias do Homem-Aranha, mudando as frases de efeito para coisas relacionadas a elas (tipo, "Guil - o amigo da vizinhança"), e acabei criando uma tradição do BLOGuil: a cada 20 dias, ocorria a "mudança do layout" (que deveria ser a "mudança do tema", já que tanto o layout quanto o template continuavam os mesmos, apenas o tema é que mudava). De início, apenas os cinco ícones (os quais chamávamos de avatares) e as frases dos Colunistas é que mudavam, mas depois passei a trocar, também, o esquema de cores, a figura do plano de fundo e a figura do título, sempre adequando todos esses elementos ao mesmo tema - quando tivemos o de O Senhor dos Anéis, por exemplo, o título passava por dentro do Um Anel.

Em junho, eu tentei modificar alguns ícones de super-heróis para criar os avatares oficiais dos Colunistas do BLOGuil. Na minha opinião eles ficaram bem legais (o do Ombudsman tinha um saco na cabeça), mas o Rod Ran achou que eles ficaram com cara de enfezados (faz sentido, já que, originalmente, eram super-heróis) e decidiu usar como modelo os avatares de um site chamado Habbo, que era uma espécie de webchat cuja interface simulava um hotel, no qual bonequinhos podiam passear e conversar uns com os outros - sendo cada bonequinho a representação (avatar) de um usuário do Habbo. Usando o aplicativo do Habbo para criar esses bonequinhos, ele criou imagens dos cinco Colunistas, que passamos a usar toda vez que precisávamos de uma imagem de nós mesmos.

Nas três primeiras semanas do BLOGuil teríamos a seção Pensamento da Semana, que traria frases que ouvimos ou lemos em algum lugar, ou proferidas por algum de nossos amigos - quase sempre sem citar a fonte, porque, na maioria das vezes, não sabíamos quem tinha dito aquilo e estávamos com preguiça de procurar. Depois de um longo hiato, no mês de julho ela retornaria, mas, diferentemente do que seu nome dava a entender, não seria mais utilizada uma vez por semana, e sim sem frequência fixa, com um novo Pensamento da Semana sendo postado toda vez que tivéssemos conhecimento ou nos lembrássemos de um. Dentre outras pérolas da seção podemos citar: "as aves possuem na boca um dente chamado bico"; "eu sou contra a violência, mas se ela começar, eu ajudo"; "o mal é ruim, mas o bem não é"; "os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem - não necessariamente nessa ordem"; "se arma de brinquedo é arma, então urso de pelúcia é urso"; "eu não vejo necessidade de as criancinhas saberem essas coisas que eu não sei"; "sexo é igual a forno de micro-ondas: quem nunca teve não sente falta"; e "aí elas podem fazer o 69, o 70, o 71, e todos os demais números do alfabeto". Isso sem mencionar "o BLOGuil está avançando, e quem ficar na frente vai virar asfalto", que não foi um Pensamento da Semana, mas bem que poderia ter sido.

Depois dos temas dos Changeman, Homem-Aranha, Copa do Mundo (já que estava mesmo na época da Copa do Mundo de Futebol de 2002) e Star Wars (por causa da estreia do Episódio II), em julho eu resolvi usar uns ícones de alienígenas que havia encontrado junto com os de Star Wars e criar a "Invasão Klaatu". Basicamente, cinco alienígenas vindos do planeta Klaatu (o nome do visitante alienígena do filme O Dia em que a Terra Parou), cujo principal emissário era Glob (nome que criei em um surto de criatividade invertendo a primeira e a última letras da palavra "blog"), tomaram o lugar dos cinco Colunistas e mudaram o nome do BLOGuil para Glokzord - que, no idioma de Klaatu, significa "veículo de dominação para a glória exclusiva de nosso Imperador". Apesar disso ser anunciado por Glob no primeiro post do tema, os nomes dos Colunistas (apesar dos avatares de alienígenas) e o título do blog continuaram os mesmos. Graças a um javascript, navezinhas ficavam voando pela tela atrapalhando a leitura dos visitantes - algo que, na época, eu achei bem legal, mas, olhando em retrospecto, deve ter sido um saco para quem queria ler. A Invasão durou 20 dias (o tempo de trocar o tema de novo), durante os quais os posts foram temáticos, sempre a mencionando. Depois dela, tivemos um tema de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, e, então, a Mudança de Casa.

A Mudança ocorreria principalmente porque, sejamos francos, o Weblogger era muito ruim. Sério, o sujeito que fez aquela lista e o colocou em primeiro lugar não entendia nada de blogs. Ou talvez os outros fossem piores ainda e depois melhoraram, e não devêssemos julgar. Mas o fato é que ele saía frequentemente do ar, era lento para carregar, e seu template era difícil de editar. Diante disso, quando chegou a hora de mudar mais uma vez o tema, decidimos trocar o Weblogger pelo Blogger. Evidentemente, não tínhamos como levar os posts e comentários antigos de um endereço para o outro, então foi criada uma nova tradição do BLOGuil: a cada 20 dias, cada vez que o tema era trocado, todo o conteúdo daquele período era "arquivado", transformado em uma página em html hospedada em um servidor de terceiros, cujo link ficava numa caixa na coluna da esquerda, chamada Arquivo Morto. Isso garantia que as características do tema (esquema de cores, imagens dos avatares, plano de fundo e título) fossem preservadas (já que, em um arquivamento "normal", toda vez que eu mudasse o tema essas mudanças seriam aplicadas a todos os posts do blog), mas tinha o efeito colateral de que ninguém mais podia comentar nelas. Aproveitando a Mudança de Casa, também fizemos uma faxina no template, tirando um monte de bijujas desnecessárias que, apesar de engraçadinhas, só serviam mesmo para tornar o carregamento do blog mais lento; e eu inventei o logotipo do BLOGuil (que vocês podem ver na primeira figura deste post) e a tal figura do título, que seria trocada a cada mudança de tema - até então, o título era um texto.

Talvez eu tenha me empolgado um pouco com a Mudança de Casa, mas, em setembro de 2002, resolvi inventar também o Card Game BLOGuil. Baseado em Magic: The Gathering (com regras quase iguais), ele trazia Criaturas e Intervenções ("magias") de cinco cores diferentes (amarelo, verde, preto, azul e vermelho); além de algumas "sem cor" (na verdade de cor magenta), "multicor" (com cartas em tons de roxo e laranja) e "duais" (de duas cores diferentes, cada metade da carta de uma); e dos Territórios (de cor branca), usados para produzir o mana necessário para jogar as cartas e ativar suas habilidades. As cartas do Card Game BLOGuil eram postadas duas a duas, e representavam personagens (Colunistas, Entusiastas, participantes do BBBLOGuil...), elementos (tag board, mini-banner, comentários...) e eventos (BBBLOGuil, Copa do Mundo, Invasão de Klaatu...) do BLOGuil, e era perfeitamente possível jogá-lo, caso algum maluco imprimisse as cartas. No total foram 111 cartas, incluindo cinco "cartas promocionais", dentre elas o Folclore do BLOGuil, carta de cinco cores composta de duas metades, que representava todos os Colunistas e Entusiastas.

Setembro marcaria, também, finalmente, a estreia dos posts do Ombudsman, em uma Seção de Cartas, na qual eu, ops, quer dizer, o Ombudsman, respondia a mensagens recebidas através do formulário Incomode nosso Ombudsman. Não tenho como atestar que todas foram escritas por Entusiastas reais, já que algumas podem ter sido inventadas por nossos amigos que usaram pseudônimos sem que eu jamais soubesse, mas a maioria era realmente interessante ou engraçada, e foi isso que me levou a ter a ideia de criar a segunda conta e essa seção. Posso atestar, porém, que todas as enviadas pela Mariana de Niterói eram falsas, inventadas por mim em épocas nas quais eu queria postar como o Ombudsman, mas não tinha nenhuma carta para responder.

Após a Mudança de Casa, teríamos um tema criado pelo famoso estúdio alemão de webdesign Sehrschlechtesachen - que, na verdade, foi inventado por mim e era horroroso de propósito, com avatares de bonecos-palito e a figura do título feita à mão livre no Paint; Sehrschlechtesachen, aliás, significa "coisas muito ruins" em alemão. Depois tivemos o tema de Halloween, o do Ursinho Pooh, o dos X-Men e o de Natal. E acabamos 2002 com o BLOGuil Awards, que distribuiria prêmios (fictícios) nas categorias Melhor Acessório, Melhor Layout, Melhor Invencionice, Melhor Barraco e Melhor Entusiasta (na qual os Entusiastas em teoria não podiam votar em si mesmos, "sob pena de castigo terrível, cruel e inimaginável", mas na verdade nós não tínhamos maneira nenhuma de fiscalizar se eles o estavam fazendo ou não).

Ainda em janeiro, Penny Lane criaria a Coluna Social BLOGuil, que basicamente dava relatos luxuosos das festinhas (Natal, aniversários etc.) das quais participássemos, e Rod Ran inauguraria os Passatempos BLOGuil, com jogo dos sete erros, labirinto, caça-palavras e outros, sempre com alguma pegadinha bem-humorada. No mês seguinte, Rod Ran criaria a seção Poesias BLOGuil, para a qual eu e Ombudsman nos tornaríamos assíduos colaboradores, sempre com poesias inteligentes e divertidas. Como eu não resisto, abaixo dois exemplos:


Rod Ran também seria o responsável por eu estar aqui, hoje, escrevendo essas linhas: no início de 2003, ele decidiria criar seu próprio blog, chamado Hoffnung ("esperança", em alemão), no qual ele falaria sobre coisas sérias, que, segundo ele, não tinham lugar no BLOGuil (e ele estava certo). Eu achava o Hoffnung incrível, tão incrível que, cerca de um mês depois, resolvi imitá-lo e criar o átomo. Meus posts "sérios", entretanto, não eram tão bons quanto os dele, e nem me empolgavam tanto; felizmente, tive a ideia de transformá-lo em um blog para falar sobre as coisas que eu gosto, e aqui estamos nós. Depois do Rod Ran e de mim, "tal qual uma boy band", como disse a Debbby, os demais Colunistas também decidiram criar seus blogs individuais, começando pela Penny com o Across My Universe (no qual ela assinava não como Penny, mas como Lois Lane), passando pela própria Debbby com o Mi Casa, Su Casa, e concluindo com o Ombudsman e seu Omby's Weblog, que eu hospedei em um servidor holandês (o Web-log.nl, que nem existe mais), e no qual publicava principalmente contos de minha autoria e curiosidades sobre coisas que eu gostava, mas em um estilo bem diferente dos posts do átomo.

Em abril, inauguraríamos a Seção Exumação, onde seriam postadas fotos e curiosidades de coisas que tínhamos quando crianças e ainda sobreviveram, ou das quais queríamos recordar - como a caneta Kilométrica, a qual eu ainda tenho uma, embora obviamente ela já não escreva mais, e a Piscina Tone, alegria da garotada. No mesmo mês, tivemos a Linha do Tempo BLOGuil, com os principais acontecimentos do ano que passou, já como preparação para as comemorações do aniversário de um ano do blog. Também como parte dessas comemorações, em junho traríamos o Quiz BLOGuil, em três níveis de dificuldade (fácil, médio e difícil, evidentemente), para que os Entusiastas pudessem testar seus conhecimentos sobre o BLOGuil.

Em julho, seria disponibilizado para download o JOGuil - o Jogo do BLOGuil. Tratava-se de um jogo de tabuleiro, no qual de dois a seis jogadores tentavam conseguir quatro Entusiastas de uma mesma cor, ou cinco Entusiastas, sendo um de cada cor. O jogo era composto de um tabuleiro (dividido em quatro partes, para poder ser impresso no tamanho correto) e 80 cartas, sendo 16 de cada cor (amarelo, verde, preto, azul e vermelho). Algumas dessas cartas representavam os tais Entusiastas que os jogadores tinham de conseguir, outras tinham instruções que o jogador tinha de seguir. Basicamente, cada jogador jogava os dados e pegava uma carta da cor da casa em que caía (sendo as casas decoradas com as figuras dos Colunistas), seguindo suas instruções ou guardando-a caso fosse um Entusiasta, até alguém vencer o jogo. Além dos arquivos disponibilizados para download e impressão (o tabuleiro e as cartas) era necessário que os jogadores tivessem um peão de cor diferente para cada um deles (que podia ser "emprestado" de algum outro jogo), dois dados comuns de seis lados cada (idem) e um dado especial conhecido como "Dado Maluco", que também tem seis lados, mas cada um da cor de um dos peões usados pelos jogadores (e que podia ser feito pintando cada uma das faces de um dado comum ou colando papel ou cartolina coloridos nelas, ou de papelão, caso você tivesse a habilidade necessária para fazer um dado de papelão, a qual eu nunca tive). O JOGuil não era assim um jogo de tabuleiro digno de prêmio, mas se mostrou bastante divertido; eu mesmo imprimi um, e joguei várias vezes com meus amigos. Nenhum deles nunca reclamou.

Mas o meu projeto mais ambicioso enquanto eu estava à frente do BLOGuil (e um dos mais ambiciosos da minha vida, confesso), seria lançado em setembro: RPGuil - o RPG do BLOGuil. Eu estava desempregado e com muito tempo livre, e, acidentalmente, tomei conhecimento de um programa chamado RPG Maker, criado pela softhouse ASCII. Através de uma interface simples, e usando gráficos, sons e músicas de uma biblioteca que vinha com ele (embora permitisse a inclusão de versões personalizadas dos mesmos), o RPG Maker permitia a criação, para PC, de jogos de RPG no estilo Final Fantasy, com um mapa do mundo que contava com cidades, nas quais os personagens do jogador podiam interagir com personagens controlados pelo computador e comprar itens, e com masmorras, castelos, cavernas e outros tipos de locais que serviam como "fases", onde o jogador enfrentava monstros e recolhia tesouros. A movimentação nesses locais era livre, as batalhas ocorriam através de menus, seu time era composto de quatro personagens, com alguns sendo trocados em determinados momentos do jogo, e os bonequinhos eram pequenos e cabeçudos, exatamente como nos Final Fantasy do Super Nintendo.

Ao todo, o desenvolvimento do RPGuil levou uns cinco meses. Eu mesmo criei os diálogos, o enredo e o resto todo do jogo, exceto pelos gráficos, sons e músicas, que, para dar menos trabalho (e até porque eu não seria capaz de criar os sons e músicas sozinho), resolvi utilizar os da biblioteca do RPG Maker - apenas editando os bonequinhos que representavam os Colunistas e Entusiastas para que eles ficassem parecidos com suas versões Habbo (como curiosidade, vale citar que o Ombudsman originalmente era um ninja, e o Glob não era um alienígena, mas um goblin). O RPGuil é ambientado em um mundo aparentemente medieval fantástico sem nome (pensei em chamá-lo de Bloguília, mas felizmente desisti dessa ideia), que, um dia, é invadido pelos alienígenas de Klaatu, que, graças a sua tecnologia superior, dominam tudo. Cabe aos Colunistas e Entusiastas do BLOGuil salvar o planeta, derrotando-os - porque esse mundo, aparentemente, não tem exército nem polícia, ficando a responsabilidade nas mãos de um bando de blogueiros. Modéstia à parte, o RPGuil ficou legal pra caramba, eu mesmo joguei duas vezes (uma logo depois de concluí-lo e testá-lo, para ver se estava tudo realmente ok, outra uns cinco anos depois para relembrar) e só acho uma pena que o RPG Maker não funcione direito (ou não funcione e ponto) em versões do Windows posteriores ao XP, senão provavelmente eu ainda o estaria disponibilizando para download aqui no átomo.

Setembro também seria o mês do lançamento da primeira expansão do Card Game BLOGuil, chamada Part Deux ("parte dois" em francês), com novas 87 cartas, a maioria delas tendo como figura capturas de tela do RPGuil. Como da outra vez, algumas (dessa vez, três) cartas eram "promocionais", incluindo uma Criatura rosa (que representava uma amiga minha e Entusiasta do BLOGuil que, na época, pintou seu cabelo de rosa, o que motivou um Pensamento da Semana, proferido por uma mulher que a cutucou na feira: "seu cabelo é tingido?"). Além de novas versões para as cartas dos Colunistas e de alguns Entusiastas, e de nossos blogs pessoais como Territórios, Part Deux trazia algumas novas habilidades para as Criaturas, mas, no geral, era mais do mesmo, feito apenas para podermos incluir as novidades que surgiram desde o lançamento da "Expansão Básica", como as novas seções e alguns novos Entusiastas.

Em outubro estrearia uma nova seção, Profecias BLOGuil, na qual escrevíamos textos rebuscados que não significavam absolutamente nada, atribuídos ao Profeta Mostradanos (exemplo abaixo). Em novembro, seria a vez da estreia dos Blinkies BLOGuil. Blinkies eram uma espécie de moda entre os blogs da época, figurinhas retangulares que pareciam brilhar, e traziam figuras fofas ou frases de efeito. Os nossos, evidentemente, traziam frases de efeito usadas pelos Colunistas e Entusiastas (como a famosa "ora, pipocas!" do Ombudsman) ou referências a posts. O ano de 2003 se encerraria com mais uma edição do BLOGuil Awards, dessa vez com as categorias Melhor Acessório, Melhor Layout, Melhor Invencionice (na qual tanto o JOGuil quanto o RPGuil concorriam), Melhor Seção e Melhor Projeto Paralelo (na qual concorriam nossos cinco blogs individuais).


2003 talvez tenha sido o melhor ano do BLOGuil em termos de criatividade, assim como o que teve os melhores temas, principalmente por causa das figuras do título, a maioria bastante criativas. Caso alguém esteja curioso, os temas usados em 2003 foram O Senhor dos Anéis, Megaman, Invasão Anime (com referências a Record of Lodoss War, Cavaleiros do Zodíaco, Sakura Card Captor, Sailor Moon, Pokémon e Evangelion, e um título no qual o nome e o subtítulo do BLOGuil estavam escritos em japonês), Robôs, Tomb Raider, Liga da Justiça, Aniversário do BLOGuil (com as frases de "parabéns pra você" como frases dos Colunistas), Holy Avenger, Tartarugas Ninja, computadores antigos (com personagens de jogos de Atari como avatares, e a "desculpa oficial" de que "tive um probleminha com o meu PC, aí tive que fazer o novo layout em um CP500 da Prológica que estava encostado aqui em casa"), Simpsons, The Tick, Transformers (com um título que se transformava em robô, criado por Nachsieben, meu amigo de longa data, padrinho de casamento e Entusiasta do BLOGuil), RPGuil, Scooby Doo, Matrix (com um título no qual as letrinhas verdes da Matrix se transformavam no nome do BLOGuil), Thundercats e Natal 2.0 (com um título decorado com luzinhas pisca-pisca).

2004 começaria com mais um tema com um título em japonês, o do tokusatsu (com referências a Cybercop, Jaspion, Ultraman, Kamen Rider, Jiraiya e Flashman); os outros temas do ano seriam He-Man, desenhos dos anos 80 (com referências a M.A.S.K., Jayce, Centurions, Silverhawks, G.I. Joe, Popples e Cavalo de Fogo), Alice no País das Maravilhas, As Aventuras de Jackie Chan, NES (com referências a Mario, Ninja Gaiden, Castlevania, Bomberman e Metroid), O Mágico de Oz (que comemorava o segundo aniversário do BLOGuil, e, propositalmente, era um "layout retrô", sem plano de fundo e com título em texto ao invés de figura, como era na época do Weblogger, e usando o mesmo esquema de cores e estilo dos avatares dos temas dessa época), Teletubbies, Caverna do Dragão, Invasão de Klaatu 2: A Vingança (durante a qual, diferentemente do que ocorreu na primeira Invasão, os nomes dos Colunistas foram trocados para os de cinco vilões do RPGuil, Imperador Klaatu, Glob, Razgraak, Doppelgal e Synara, que usavam como avatares figuras dos monstros do jogo Mage Knight, e o título mudou para Glokzord - O Blog de Klaatu), Cartoon Network (com referências às Meninas Superpoderosas, O Laboratório de Dexter, Coragem, o Cão Covarde, Samurai Jack e Johnny Bravo), Olimpíadas 2004 (com os mascotes das Olimpíadas anteriores como avatares e o título em grego, já que a Olimpíada era em Atenas), Bob Esponja, tirinhas de jornal (com referências a Hägar, o Horrível, Recruta Zero, Calvin & Haroldo, Zoé & Zezé e Graúna e um título que imitava título de jornal, com a data e o número da edição mudando a cada dia), jogos de luta (com referências a Mortal Kombat, Street Fighter II, Darkstalkers, The King of Fighters e Fatal Fury), Looney Tunes, Megaman X e Natal '04.

2004 também foi um ano muito divertido no BLOGuil, mas sem o ritmo frenético de 2003, o que talvez fosse até normal. O ano já começaria, porém, com o lançamento do Baralho BLOGuil, que, na verdade, era um baralho comum, apenas com figuras relacionadas ao blog decorando os ases, e as figuras estilo Habbo dos Colunistas e de alguns Entusiastas fazendo as vezes de Reis, Damas, Valetes e Curingas; as demais cartas eram idênticas às de um baralho comum. Ficou bonitinho, mas não era nada de mais. Assim como o Tarô BLOGuil, lançado em março, que trazia os Colunistas, Entusiastas e alguns outros personagens do BLOGUil representando as figuras do Tarô de Marselha. Uma curiosidade que merece ser citada é a de que o Tarô BLOGUil teve figuras desenhadas à mão por mim - desenhei a lápis em papel A4, passei no scanner e pintei no Paint - já que eu tentei fazer usando os personagens do Habbo e não deu muito certo; ainda assim, eu tentei imitar o estilo dos personagens do Habbo, o que fez com que as cartas ficassem involuntariamente engraçadas - segundo o Rod Ran, por exemplo, eu, na carta do Mago, estou a cara do Ross de Friends. Diferentemente do JOGuil e do Card Game BLOGuil, não sei se alguém se animaria a imprimir e usar o Baralho BLOGuil ou o Tarô BLOGuil, então os dois ficam mesmo apenas como exercícios de criatividade.

2004 também teria uma grande quantidade de "Top 5", seção que oficialmente não tinha nome e que existia praticamente desde a criação do BLOGuil, e na qual algum Colunista citava cinco coisas dentro de uma categoria específica, como "cinco cidades com nome bizarro" ou "cinco coisas que minha vó falava". Devido a compromissos pessoais e profissionais, de vez em quando um de nós passava um bom tempo "sumido", e, quando voltava, acabava postando um texto qualquer que havia encontrado na internet somente para marcar presença, o que fez com que a seção Textos que não fui eu quem escreveu, que também existia desde os primórdios, fosse especialmente popular em 2004. Os posts que pegavam uma palavra qualquer e a listavam em 12 idiomas diferentes seriam ressuscitados, agora com o nome de Curso de Idiomas BLOGuil. E, tentando ser criativo em meio a uma crise de criatividade, Rod Ran inventaria a seção Canções Tapa-Buraco BLOGuil (que contava com um bonitinho texto móvel em javascript como subtítulo, que dizia "porque a esteira precisa continuar rolando"), na qual ele postava letras de suas músicas preferidas. Talvez um reflexo do fato de termos inventado menos coisas em 2004 foi que o BLOGuil Awards que fechou o ano teve apenas três categorias: Melhor Seção, Melhor Invencionice e Melhor Layout.

Mesmo em menor quantidade, é claro que seções novas foram criadas. Em junho, por exemplo, estrearia uma das minhas preferidas, o Almanaque BLOGuil. Escritos pelo Ombudsman no mesmo estilo de alguns posts que escrevi para o Omby's Weblog (que, então, já não era mais atualizado, embora eu só o tenha deletado em março de 2005), os posts do Almanaque BLOGuil eram estruturados na forma de perguntas e respostas, e abordavam temas curiosos como de onde surgiram os sobrenomes, por que usamos acentos e pontuação, e por que em português os nomes dos dias da semana são sequenciais numéricos ordinais e terminam com "feira", enquanto em outros idiomas têm nomes próprios. Alguns posts do Almanaque BLOGuil, como o dos baralhos e o das Olimpíadas, seriam adaptados e se transformariam em posts do átomo; outros, como os três já citados e o do Sistema Métrico Internacional, de vez em quando eu penso em adaptar. Talvez um dia eu adapte mesmo, porque realmente eles têm informações muito interessantes.

Em agosto, seria a vez do Atlas BLOGuil, que trazia informações e curiosidades sobre locais dos quais raramente ouvimos falar, como a cidade com o nome mais comprido do mundo ou um pedaço da Moldova que proclamou independência mas parece que ninguém liga. E mais uma das minhas seções preferidas estrearia em outubro, os Contos de Fadas BLOGuil, na qual histórias clássicas como Branca de Neve, A Bela Adormecida e O Gato de Botas eram recontadas, sempre com muito humor e situações absurdas. Abaixo, um exemplo:


Outubro também teria o lançamento da terceira expansão do Card Game BLOGuil, chamada Dritte Zeit ("terceira vez" em alemão). Assim como Part Deux, Dritte Zeit "atualizava" o Card Game, trazendo cartas para as coisas que aconteceram em 2004, mais novas cartas para os Colunistas e para alguns Entusiastas selecionados. A expansão teve 68 cartas, das quais duas eram "promocionais", sendo uma delas uma Criatura cinza (o Capitão Cinza, evidentemente).

2005 já não seria um ano tão animado quanto os dois anteriores. Nós quatro já não tínhamos mais tanto tempo livre, devido, principalmente, a compromissos profissionais, e, quando tínhamos, preferíamos aplicá-lo em nossos blogs pessoais. Para vocês terem uma ideia de como a participação diminuiu, o normal era trocarmos de tema a cada 20 dias, mas, entre 23 de janeiro e 7 de abril, eu decidi deixar o mesmo tema, pois simplesmente quase não havia posts para serem arquivados - e, exceto por um post da Debby em 29 de janeiro, todos os posts dos primeiros dois meses do ano foram meus, com Rod Ran só retornando em 1º de março, o Ombudsman em 30 de março, e Penny Lane em 16 de abril.

Nesse cenário, evidentemente a imensa maioria dos posts era de novo conteúdo para as seções que já existiam, sendo as mais populares no início do ano o Atlas, os Contos de Fadas e a Seção Exumação. As seções novas não eram muito criativas, e incluíam os Jogos que Ninguém Nunca Ouviu Falar, na qual eu fazia uma resenha de algum game obscuro do qual eu tomasse conhecimento (normalmente através do emulador MAME) e o Review BLOGuiew... er, BLOGuil, na qual era feita uma resenha de algum filme tosco, que no final ganhava uma nota baseada em quesitos como "explosões ensurdecedoras" e "explicações meia-boca". Também seriam inaugurados os nomes Posts Altamente Desnecessários e Enciclopédia BLOGuil Sobre Todos os Assuntos; os posts que eram publicados nessas "seções" na verdade sempre existiram, mas eram publicados sem nome de seção algum, de forma que a criação desses nomes se deu apenas para se tentar criar uma padronização. A partir de agosto, eu também decidi pegar os melhores posts do Omby's Weblog (que, afinal, eu tinha deletado) e republicá-los no BLOGuil em uma nova seção comandada pelo Ombudsman, chamada Posts Requentados do Omby's Weblog. Diante da falta de novidades dignas de nota, não houve BLOGuil Awards 2005.

Em fevereiro, aproveitando um tempo livre que tive, decidi criar uma "expansão promocional" para o Card Game BLOGuil, chamada World Collection. Essa expansão teria apenas oito cartas (uma postada a cada domingo), sendo um Território (o próprio BLOGuil) e sete Criaturas (os cinco Colunistas, em cartas nas já tradicionais cores amarela, verde, preta, azul e vermelha, o Capitão Cinza, em uma carta sem cor, e uma carta multicor inédita). A carta multicor e o Território tinham texto inédito, mas os cinco Colunistas e o Capitão Cinza tinham o mesmo texto de suas cartas das três expansões anteriores (duas de cada); a única diferença - e o motivo pelo qual a expansão se chamava World Collection - era que cada uma das oito cartas tinha seu texto escrito em um idioma que não fosse o português (inglês, japonês, holandês, alemão, espanhol, francês, italiano e russo, respectivamente). Como eu não sou fluente nesses idiomas todos, confesso que, para alguns (embora não vá revelar quais), eu recorri ao Tradutor do Google, de forma que não posso atestar a exatidão das traduções - porque, se hoje o Tradutor do Google não é lá essas coisas, imaginem em 2005.

A quarta expansão do Card Game BLOGuil seria lançada em outubro, com o nome de Quattro Pro (nome de um antigo programa usado para fazer planilhas, ao estilo do Excel, e que eu decidi usar porque quattro é "quatro" em italiano, e eu queria manter o padrão de cada expansão ter o nome em um idioma diferente). Mais uma vez, a Quattro Pro servia para que tivéssemos cartas representando os eventos ocorridos em 2005, contando, ainda, com as já tradicionais novas cartas dos Colunistas e de alguns Entusiastas selecionados. De suas 62 cartas, duas eram promocionais, incluindo uma criatura flicts - flicts é uma cor fictícia inventada pelo escritor Ziraldo, e protagonista do livro Flicts, famoso quando eu era criança, e, portanto, abordado na Seção Exumação, o que levou à ideia de fazer a carta. Também vale citar que, na Quattro Pro, eu finalmente terminaria de usar todas as combinações de cores possíveis para as cartas duais (já que eu não quis colocar todas na Expansão Básica para que não ficassem cartas demais, e fui deixando algumas para as expansões seguintes), o que talvez tenha sido providencial, já que ela acabaria sendo a última expansão.

Os temas usados em 2005 seriam Mortal Kombat, BLOGuil 50 (comemorando 50 temas, com o mesmo esquema de cores e plano de fundo da Mudança de Casa, mas título e avatares novos; foi esse que ficou no ar por dois meses e meio), Order of the Stick, Aniversário BLOGuil 2005, Vingadores (a partir desse, o tema mudaria a cada 40 dias ao invés de 20), Quarteto Fantástico, Megaman Battle Network, Jovens Titãs, Cowboy Bebop e Natal IV. Todo o ano de 2006 teve apenas um único tema, com o mesmo plano de fundo e avatares do BLOGuil 50, mas com o esquema de cores e título do RPGuil.

Isso ocorreu porque, a partir de julho de 2005, eu era praticamente o único que ainda escrevia posts para o BLOGuil, fosse como Guil, fosse como Ombudsman, com os outros três só dando as caras muito raramente - e estava cada vez mais difícil arrumar assunto novo, tanto que, para vocês verem, decidi criar uma série de posts do Curso de Idiomas BLOGuil que dizia como eram os nomes de todos os países do mundo em uma penca de idiomas. Em 2006, até mesmo a minha presença era cada vez mais escassa, de forma que achei que não valia a pena ficar trocando o tema.

Eu ainda cheguei a fazer uma segunda expansão promocional para o Card Game BLOGuil, chamada Rainbow Collection, composta por oito cartas, todas inéditas, que atualizavam o jogo para os assuntos abordados nos posts em 2006. Ela se chamava Rainbow Collection ("coleção do arco-íris") porque uma de suas cartas era preta, e as outras sete eram das cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta), o que faria com que o jogo tivesse um total de seis Criaturas "fora do padrão" (rosa, cinza, flicts, laranja, anil e violeta). Eu planejava postá-las ao longo de 2006 (pensei até em postar uma por mês), mas acabei desanimando e não o fazendo, de forma que ela permanece uma "expansão inédita".

Verdade seja dita, eu já nem estava com vontade de continuar postando no BLOGuil em 2006 - o átomo já estava engrenado, e eu já pensava em fazer a série de posts sobre as Olimpíadas, que demandaria muita pesquisa. Ainda assim, resolvi ir empurrando com a barriga e postando frivolidades até o dia 7 de maio, no qual o BLOGuil completaria 4 anos; nesse dia, fiz um Arquivo Morto de 2006, e deixei no ar apenas um único post, agradecendo as visitas dos Entusiastas, explicando que o BLOGuil já não teria mais posts regulares, reforçando que nossos blogs pessoais continuariam sendo atualizados, e prometendo que, sempre que tivéssemos boas ideias para novos posts, o BLOGuil poderia ter uma nova atualização. Jamais teve.

De lá pra cá, o BLOGuil foi ficando cada vez mais descaracterizado. O problema mais sério ocorreu devido à forma como nossos arquivos eram armazenados: na época do BLOGuil, o Blogger ainda não permitia o upload de imagens, sendo necessário que todas as imagens usadas em um blog fossem "linkadas" de seus servidores originais. Para contornar esse problema, era comum que os usuários assinassem um serviço de hospedagem de imagem de terceiros, armazenando suas imagens lá e linkando para elas no blog. No caso do BLOGuil, como, além das imagens, tínhamos as páginas em html do Arquivo Morto, as instruções do Card Game BLOGuil, do JOGuil e do RPGuil, os arquivos para download do JOGuil e do RPGuil, os javascripts dos joguinhos, e muitos outros tipos de arquivo que não somente o Blogger não permitia o upload, mas esses serviços de terceiros para armazenamento de imagens também não permitiam, a saída foi criar um "site fantasma", chamado A Despensa do BLOGuil, que tinha tudo o que o blog tinha, exceto os posts. Originalmente, a Despensa era hospedada em um provedor gratuito chamado HPG, que, em meados de 2004, quando o BLOGuil ainda estava a todo o vapor, achou que estávamos violando os termos de uso deles e apagou tudo. Diante disso, eu criei uma nova Despensa em um provedor francês, chamado Voilà, mais flexível quanto ao que podia ou não ser armazenado lá.

Essa segunda Despensa ficou no ar durante quase dez anos, até que, em 2013, o Voilà foi comprado pela empresa de telefonia Orange e seu serviço de armazenamento foi descontinuado, de forma que, mais uma vez, tudo o que era do BLOGuil sumiu. Na época, o Blogger já havia instituído uma "mudança obrigatória" no modelo dos templates usado por ele - "obrigatória" entre aspas porque você não era obrigado a mudar, mas, se não o fizesse até um determinado prazo, não poderia mais editar o template. Aqui no átomo, eu aproveitei que o Post 500 estaria dentro do prazo e fiz a mudança para o modelo novo justamente quando publiquei o Post 500 (aliás, pensei em fazer um novo e diferente template para colocar hoje junto com o post 700, mas acabei não tendo tempo nem disposição para inventá-lo); como ninguém iria editar o template do BLOGuil mesmo, deixei o antigo. Quando o Voila acabou, entretanto, a página do BLOGuil ficou resumida ao "post de adeus", sem que nada mais pudesse ser acessado; diante disso, decidi mudar para o modelo de template novo, mas escolhendo um genérico, da biblioteca do Blogger, para dar menos trabalho. O lado bom foi que, com isso, os links para os posts antigos (inexistentes no template anterior, já que tínhamos o Arquivo Morto) voltaram, o que significava que todo mundo poderia ler todos os posts da Era Blogger do BLOGuil (os do Era Weblogger, sinto muito, mas não existem mais online em lugar nenhum). O lado ruim foi que as únicas figuras que restaram foram aquelas linkadas de seus sites originais (como os resultados dos testes ou algumas bandeiras que eu linkei da Wikipédia), ou seja, nada de temas, de figuras para os Reality Shows, para a Seção Exumação, o Atlas, ou qualquer outra seção. E também nada de Card Game BLOGuil, JOGuil, RPGuil ou joguinhos.

Hoje, é dessa forma que o BLOGuil sobrevive: ainda está lá, mas é apenas uma sombra pálida do que já foi. Até o template genérico que escolhi em 2013 eu já tive que mudar, para um até mais feio, já que, esse ano, houve uma nova mudança nos modelos de template (essa bem menor, de forma que consegui adaptar o do átomo sem ter de mudá-lo, mas o genérico que eu usava no BLOGuil deixou de existir e foi substituído automaticamente por um pé-de-boi, então eu fui lá e escolhi o menos feio da biblioteca para pôr no lugar). Você ainda pode acessá-lo e ler os posts antigos, mas, pelo menos na minha opinião, não há mais como passar pela Verdadeira Experiência Completa de Ler o BLOGuil.

O que importa, contudo, é o lugar que o BLOGuil sempre terá em nossa história. Ele foi um registro de uma época que ficará sempre gravada em nossas memórias e em nossos corações, na qual pudemos exercitar nossa criatividade produzindo todo o tipo de conteúdo, e na qual nos divertimos imensamente em companhia de amigos queridos. Além disso, sem o BLOGuil, não existiria o átomo, e eu não teria aprendido nem compartilhado com vocês tantas coisas interessantes. Sem o BLOGuil, o mundo teria sido um lugar bem pior.

Pelo menos para mim.
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Escrito por em 14.1.13 com 2 comentários

Post 500!

500!Hoje o átomo completa 500 posts. Pode não parecer nada para quem atualiza o blog todos os dias, múltiplas vezes por dia, mas o átomo já há um bom tempo só recebe uma atualização por semana - às vezes nem isso, como na semana do carnaval. Graças a essa frequência um tanto espaçada para um blog, essa marca chega quando faltam poucas semanas para que ele complete 10 anos. Sim, dez anos: o primeiro post do átomo foi publicado dia 4 de março de 2003. E, embora eu mesmo ache que 500 posts não seja uma marca assim tão impressionante para um blog, tenho certeza de que dez anos é.

Diante dessa importância toda, era necessário que o post de hoje fosse mais do que especial. Diante dessa especialidade toda, cheguei à conclusão de que não poderia ser um post normal: assunto nenhum no mundo faria jus a um quingentésimo post. Assim como o centésimo, deveria ser um post tão especial quanto a ocasião.

Diante disso, escrevi o que vocês lerão hoje: um post de curiosidades sobre o átomo, com cinco seções de cinco tópicos cada. Porque cinco vezes cinco dá 500, que é o número desse post. Não? Sei lá, sou muito bom em escrever, mas péssimo em matemática.

Brincadeiras à parte, espero que vocês gostem de eu ter compartilhado com vocês esse pedacinho do que passou pela minha cabeça durante esses quase dez anos. Pensando bem, acho que eu compartilho coisas que passam pela minha cabeça desde que comecei a escrever o blog. E imagino que vocês gostem quando eu faço isso, senão não teria chegado a 500 posts.

Mas deixemos de discussões filosóficas. Preparem-se para conhecer curiosidades sobre...

Os cinco posts que eu mais gostei de escrever

se eu fizesse uma votação, aposto que ninguém acertaria que esse foi meu preferido1. Pinball - Confesso que eu não me lembro por que resolvi escrever sobre pinball. Até onde me recorde (Multi-Ball!!!! - desculpem, não resisti ao trocadilho), não aconteceu nada de especial naquela semana que me motivasse a escolher o pinball como assunto. Também não sou nenhum fanático por pinball, até porque, se fosse, provavelmente teria escrito esse post bem antes. Mas, seja lá por que eu resolvi escrevê-lo, ele é, até hoje, meu preferido. Foi o que eu mais me diverti escrevendo, e um dos que mais gosto de reler.

Os motivos para isso são vários - aprendi muitas coisas que eu não sabia sobre pinball ao pesquisar para escrevê-lo, por exemplo - mas acho que o principal é a introdução. Eu até poderia - principalmente depois que os posts começaram a ter títulos - sair escrevendo o post direto, sem qualquer espécie de introdução, mas, por alguma razão, eu ainda considero uma introdução essencial. Acho importante situar o leitor, explicar o porquê de eu estar falando sobre aquele assunto, e não sobre outro qualquer. Afinal, o átomo é um blog para falar das coisas que eu gosto, então não é de todo estranho eu querer explicar por que gosto delas.

E acontece que o post sobre pinball tem uma das melhores introduções que eu já escrevi. A ponte - o parágrafo que liga a introdução ao início do texto explicativo - é uma boa porcaria, mas, mesmo assim, é criativa. E a introdução em si remete a uma época muito feliz da minha infância, com uma história muito legal. Eu adorei escrever o post todo, mas acho que a parte que eu mais gostei de ter escrito foi a introdução.

2. Conan - Eu não me considero um fã de Conan. Nunca li uma edição de A Espada Selvagem de Conan na vida, e, até um amigo meu me emprestar o livro A Fênix na Espada, quando eu já tinha uns dezenove anos, só conhecia o personagem dos filmes do Schwarzenegger e de um desenho infantilizado que passava na Globo. Também confesso que meu interesse por histórias de Conan não se acendeu imediatamente após ler A Fênix na Espada, mas depois que eu descobri que seu criador, Robert E. Howard, era amigo de H.P. Lovecraft, meu escritor preferido.

Ainda assim, eu gosto o bastante de Conan para justificar um post sobre ele. E o que eu mais gostei nesse post é que ele foi multimídia: Conan já apareceu em diferentes meios, então tive oportunidade para falar de seus livros, quadrinhos, filmes e até mesmo sobre a vida de Howard. Gostei tanto do resultado que tentei imitá-lo quando fiz o post sobre A Máquina do Tempo, uns dois anos depois - mas continuei achando o de Conan muito mais legal.

3. Bruce Lee - Um post sobre Bruce Lee já estava planejado desde os primórdios do átomo - se a memória não me falha, eu iria escrevê-lo logo depois do que fala sobre o Tolkien. Por algum motivo do qual a memória aí sim me falha, ele acabou sendo sucessivamente adiado, e só foi escrito quase duzentos posts depois. Lembro que, na época, pensei algo do tipo "não tenho mais nenhuma ideia que preste, vou escrever sobre Bruce Lee". E lembro que, quando comecei, achei que ia ser um saco.

Felizmente, não foi. Bruce Lee é um dos meus maiores ídolos, mas, surpreendentemente, eu sabia bem pouco sobre sua vida - praticamente, só o que eu tinha assistido no filme Dragão, a versão hollywoodiana de sua biografia. Escrever o post, como de costume, foi uma forma de aprender mais sobre ele - e, por conseguinte, de admirá-lo ainda mais. Terminei o post bastante satisfeito, e torcendo para que mais gente se tornasse fã de Bruce Lee depois de lê-lo. Só não sei se isso aconteceu.

4. Homem-Coisa - Eu gosto muito do Homem-Coisa, é um dos meus personagens Marvel preferidos. Quando começaram a sair as notícias de que a Marvel faria um filme do Homem-Coisa (que, aliás, é uma bela porcaria), achei que ele seria um bom tema para um post. E estava certo.

Eu adorei escrever esse post, e até hoje acho que ele é um dos mais legais do átomo: embora ainda tenha o estilo dos primeiros (com muitas "Notas do Guil", por exemplo), ele já começaria a definir o estilo que eu adotaria definitivamente. Além disso, para um personagem meio obscuro, acho que consegui fazer uma boa pesquisa, trazendo muitas informações interessantes.

5. Baralho - Ok, esse não foi um post, foi uma série. Mas acho que foi a série que eu mais gostei de escrever. Eu sempre gostei de jogos de baralho, principalmente depois que descobri que o baralho que todo mundo conhece não é o único tipo que existe - não me lembro bem quando foi, mas lembro que foi quando eu tinha uns vinte anos, graças a um livro que trazia figuras do baralho espanhol. Diante disso, era quase certo que, mais cedo ou mais tarde, um post sobre baralhos aparecesse aqui no átomo.

Não fiquei satisfeito com o meu primeiro post sobre baralhos, porém. Assim como quase tudo no início do átomo, ele era muito pobrezinho. Quando estava encerrando a série da Olimpíadas - a segunda do átomo, depois da dos sentai - tive a ideia de fazer uma série sobre baralhos, dessa vez bem detalhada, com história, curiosidades e figuras de cada um dos padrões existentes. Deu um trabalhão, mas valeu a pena. É minha série favorita.

Cinco posts que eu iria fazer, mas desisti

algumas ideias parecem boas no papel...1. World of Darkness - Um dia, se não me engano logo após fazer o post sobre Wraith: The Oblivion, eu tive a ideia de fazer uma série de posts, no mesmo estilo da série na qual eu comento as histórias de Lovecraft, mas comentando todos os livros lançados pela White Wolf para o antigo Mundo das Trevas. Todos. Desisti quando vi que eram tantos que eu iria precisar de uns 50 posts para concluir essa missão. Ainda assim, eu matutei sobre a ideia durante vários meses antes de abandoná-la de vez. Às vezes eu ainda penso nela, mas acho que hoje já não tem lugar no átomo para uma série tão longa.

2. Playboy - Sim, houve uma época, se não me engano no final de 2008, no qual eu pensei em fazer uma série de posts falando sobre a revista Playboy. O motivo era até bem simples: o átomo é um post para falar sobre as coisas que eu gosto, e eu gosto da revista Playboy. E não só por causa das senhoritas que enfeitam suas páginas posando como vieram ao mundo, embora quase ninguém acredite nisso.

Enfim, minha ideia era fazer uma série de posts com foco não na Playboy brasileira, mas na original norte-americana. Seriam seis posts, cada um cobrindo uma década (de 1953 a 1959, de 1960 a 1969, de 1970 a 1979, de 1980 a 1989, de 1990 a 1999 e de 2000 a 2009). Neles, além de falar sobre curiosidades ocorridas com a revista norte-americana (tipo o fato de que o poster de uma Playmate de 1972 se tornaria uma das mais famosas imagens de teste de programas de processamento de algoritmo), eu também falaria sobre curiosidades envolvendo as Playboys do resto do mundo (tipo que a primeira Playboy internacional a ser lançada foi a da Alemanha, ou que a Playboy brasileira, na época do lançamento, por causa da ditadura, se chamava "Homem").

Eu acabei abandonando essa ideia principalmente porque fiquei meio na dúvida sobre quais imagens iria usar para ilustrar os posts, e também porque achei que não combinava com o estilo do blog - afinal, até onde eu saiba o átomo é um blog para toda a família. Mas, de certa forma, jamais a abandonei por completo. Quem sabe por volta de 2019?

3. 300 - Quando começou a se aproximar o post de número 300, eu comecei a pensar sobre qual poderia ser seu assunto. O primeiro que veio à minha cabeça foi 300, a história em quadrinhos de Frank Miller que virou um filme do Zac Snyder. Eu acabei gostando dessa ideia porque, nos Textos Passados, ela criaria uma entrada "300. 300". O problema foi que, apesar de achar o filme bem legal, eu não gosto tanto assim da história - nem do Frank Miller, pra dizer a verdade. Por fim, eu decidi fazer o post sobre Tormenta, a piada se perdeu, e agora acho difícil vir a fazer um sobre 300.

4. Ray Harryhausen - Lá nos primórdios do átomo, eu preferia falar sobre assuntos que eu gostasse, mas que julgasse serem desconhecidos do público em geral - exceto as bandas, essas eu resolvi falar das minhas preferidas, mesmo sabendo que elas tinham muitos fãs. Seguindo esse raciocínio, surgiram posts como o de H.R. Giger, o do Homem-Coisa e o do Cubo Mágico de Rubik, enquanto outros assuntos como Fórmula 1 e os X-Men só seriam abordados bem mais tarde.

Nessa época, se não me engano logo depois de fazer o de Giger, eu pensei em fazer um post sobre Ray Harryhausen, um técnico de efeitos especiais do cinema considerado o mestre do stop motion, aquela ténica na qual miniaturas, normalmente de dinossauros, são filmadas quadro a quadro e inseridas no filme durante a pós-produção. Não me lembro bem por que desisti de fazer o post sobre Harryhausen, mas lembro que, por algum motivo bizarro, me lembrei dele logo depois de fazer o de Changeling: The Dreaming, e, na ocasião, quase o escrevi. De certa forma, eu nunca descartei a ideia, mas é pouco provável que esse post veja a luz do Sol tão cedo.

5. Tarô - Como eu devo ter dito aqui em algum dos posts sobre baralhos, antes de ser usado para ler o futuro, o tarô era usado para jogos, como qualquer outro baralho comum. Por causa disso, sobrevivem até hoje, embora a duras penas, vários jogos de cartas nos quais o baralho utilizado é o baralho de tarô, e, assim como existem vários padrões diferentes de baralhos, existem vários padrões diferentes de tarô, alguns bem diferentes do Tarô de Marselha, aquele que todo mundo conhece e muita gente acha que é o único.

Por causa disso, depois de fazer a série de posts sobre baralhos, pensei em fazer uma série de posts sobre tarôs, no mesmo estilo, com um primeiro posts explicando a história, e um ou mais posts subsequentes mostrando as cartas dos diversos padrões. O problema foi que, como fiz o último post dos baralhos perto do post de número 250, resolvi adiar o início do primeiro dos tarôs, e, depois, envolvido com outros assuntos, acabei perdendo a vontade de fazê-los. Enquanto essa vontade não volta, eles ficam aqui nessa lista.

Cinco posts que eu me arrependi de publicar

e nem posso dizer que é vergonha alheia, porque fui eu mesmo quem escreveu1. Micro Heroes - Sejamos francos, os primeiros posts do átomo são bem ruinzinhos. Vários fatores contribuíram para isso: eu tinha acabado de mudar o estilo do blog e não sabia direito como fazer; tudo o que a gente faz vai se aprimorando com a prática; eu era mais desorganizado e normalmente escrevia os posts na hora de publicá-los, sem rascunho nem nada; e, ainda por cima, eu tinha uma espécie de objetivo traçado que era falar não somente sobre coisas que eu gostasse, mas sobre coisas que eu gostasse e pouca gente conhecia. Esses quatro fatores juntos, mais alguns, resultaram em alguns posts que me dão uma certa vergonha quando os leio hoje.

De todos esses, o que me dá mais vergonha é o post sobre os Micro Heroes. Os Micro Heroes eram uns templates que algumas pessoas usavam para desenhar super-heróis, que eu descobri enquanto lia o blog de um amigo. Na época, fiquei bastante empolgado, baixei alguns Micro Heroes, alguns moldes, e, na empolgação, resolvi escrever um post sobre eles. Hoje, acho que esse post teria cabido melhor no BLOGuil, até porque, alguns dias depois, abandonei completamente os Micro Heroes. Nunca cheguei a fazer um.

2. Matrix Revolutions - Ao contrário de muita gente, eu não odeio Matrix Revolutions. É verdade que ele é o mais fraco dos três filmes, tem uma explicação muito meia-boca para os poderes do Neo, e que praticamente qualquer um poderia ter feito um filme melhor, mas nem por causa disso que acho que ele seja um filme ruim. Nem que ele destrói toda a trilogia, como um amigo meu costuma dizer.

Na época, eu senti a necessidade de expressar esse meu sentimento, já que praticamente todo mundo que eu conhecia estava linchando o filme - foi mais ou menos a mesma necessidade que senti quando fiz o post do Shyamalan, na época em que todo mundo estava linchando A Vila. A maneira que encontrei de fazer isso foi através de um post.

Eu não gosto muito desse post hoje porque, quando o publiquei, o átomo já tinha deixado faz tempo (20 posts) de ser um blog para expressar minhas opiniões pessoais sobre as coisas. Algum tempo depois de publicá-lo, quis fazer um novo post com uma opinião minha sobre outra coisa, e aí parei e pensei: vou levar o blog na nova direção que determinei, ou vou ficar indo e voltando? Afinal, se eu não lhe desse uma identidade firme, ele jamais se consolidaria como se consolidou hoje.

Por menos que eu goste desse post, entretanto, foi por causa dele que eu comecei a moldar melhor a identidade que o átomo tem hoje, então eu acho que ele acabou sendo uma coisa boa - assim como no post do Shyamalan, que ainda é meio troncho porque foi o primeiro, hoje eu consigo escrever um post dando minha opinião sobre um determinado assunto, mas sem fazê-lo um "post de opinião". O lado negativo é que, graças a esse post, eu jamais me animei a fazer um sobre a trilogia Matrix.

3. Cinema 2003 - Hoje em dia, eu escrevo os posts do átomo com bastante antecedência. No dia da publicação, apenas os copio do meu "documento mestre", colo no Blogger, adiciono as figuras e releio para corrigir imperfeições. Esse método, desenvolvido após muita tentativa e erro, garante que toda semana eu tenha um post novo, mesmo com o pouco tempo livre de que disponho para escrevê-los.

Mas, no início, como eu já disse, não era assim. Alguns posts eu escrevia direto no Blogger, na hora da publicação. E, quando eu não tinha assunto para o dia, acabava tendo de inventar um. Foi assim que foram ao ar os Questionários, um post esquisito sobre automobilismo, a Lenda do Barômetro, várias letras de música da Tori Amos, e esse post sobre os filmes que eu fui assistir no cinema no ano de 2003. Por alguma razão, de todos esses que eu citei nesse parágrafo, esse é o único do qual eu não gosto.

4. Ninja Gaiden (I) - Esse é um post que nunca disse a que veio. Empolgado com o anúncio de que a Tecmo desenvolvia um Ninja Gaiden para o Xbox, resolvi escrevê-lo. O resultado final nem ficou tão ruim, mas é um post que não diz nada além de contar minha experiência com Ninja Gaiden e lamentar que eu não conseguiria jogar esse novo. O que, aliás, continuo sem conseguir.

5. Thanos Cardgames - Como eu disse, quando decidi que transformaria o átomo em um blog para falar sobre as coisas que eu gosto, era quase certo que um post sobre baralhos surgiria. Enquanto decidia se fazia um post sobre os próprios baralhos ou sobre os jogos que usam baralhos, resolvi fazer um post sobre a Thanos Cardgames, uma softhouse amadora (na verdade, acho que é um cara só) que faz jogos de cartas para Windows.

Eu continuo gostando muito dos jogos da Thanos, até hoje de vez em quando jogo alguns deles, e até resolvi visitar o site recentemente para ver se tinha alguma novidade. O que eu não gosto nesse post é que ele tem cara de propaganda. Não fala nem sobre baralhos, nem sobre jogos de cartas, nem sobre a própria Thanos, apenas diz que ela existe, onde é, e recomenda seus jogos. Por algum motivo, eu nunca me conformei com isso - mesmo tendo feito outros parecidos, como o do Flags of the World e o do Your Dictionary.

Cinco Categorias que eu adoro, mas parecem estar chegando a um beco sem saída

é sempre bom arrumar uma desculpa para postar uma foto da Tori Amos1. Música - Dizem que, em determinado momento da vida, a gente para de se interessar por músicas novas, e fica gostando só das antigas, ou das mais recentes dos artistas dos quais a gente já gostava. Se isso for verdade, eu cheguei a esse momento da vida, pois já faz um bom tempo que eu não me interesso por um artista novo, e raramente acho uma música nova legal como eu achava antigamente. E isso está se refletindo na Categoria "Música".

Quando eu comecei o átomo, "Música" era uma das Categorias que mais ganhava posts - bem, na verdade as Categorias ainda não existiam, mas vocês entenderam o que eu quis dizer. Isso ocorria por que a minha coleção de DVDs ainda estava incipiente, eu ainda ouvia música quase todos os dias - hoje só ouço "sem querer", quando ela está tocando em algum lugar no qual eu esteja - o que me motivava a querer escrever sobre meus artistas preferidos, e era relativamente fácil encontrar informações sobre artistas e bandas na internet, ao passo que, sobre games, por exemplo, era bem difícil.

Os tempos mudaram, eu parei de ouvir música com frequência, surgiu a Wikipedia, e os posts sobre games e filmes acabaram dominando o átomo. O resultado é que meu último post sobre música (o da Shakira) é de novembro de 2011, e o último antes dele (dos Carpenters) foi publicado em janeiro de 2010. E eu nem tenho previsão de quando farei mais um.

Não é totalmente impossível que eu me interesse por um artista novo, ou que resolva de repente escrever sobre um de quem eu já gostava mas nunca havia abordado. Mas o fato de meu interesse por música estar se reduzindo a cada dia parece levar a Categoria a ficar um bom tempo com apenas seus atuais 25 posts.

2. Esportes - Eu sou fanático por esportes. Ao ponto de quando ligar a televisão já digitar direto no controle remoto o canal da ESPN. Mesmo quando a televisão não é minha. Me pedir para ligar a televisão é pedir para assistir esportes. Nem que seja por alguns segundos, antes de alguém tomar o controle e colocar em outro canal qualquer. Porque, se o controle continuar comigo, e alguém pedir para que eu mude de canal, provavelmente eu vou mudar para a SporTV ou para a Fox Sports. Ou para o Band Sports, se fizer parte do pacote do dono da TV.

Ainda assim, não existem tantos esportes no mundo. Meu primeiro post sobre esportes até que demorou um bocado, foi o sobre futebol americano (não por acaso meu esporte favorito) em dezembro de 2005, quando o átomo já estava quase completando 3 anos. Depois dele, preferi falar sempre sobre outros esportes exóticos e pouco conhecidos da população em geral, como rugby (do qual eu gosto quase tanto quanto futebol americano), hóquei e beisebol. Quando esses se esgotaram, passei para os mais populares, como futebol, vôlei e basquete. Hoje, a categoria Esportes tem 31 posts. É até bem possível que ela ganhe mais alguns em breve, mas vai chegar um dia no qual todos os esportes que me interessam terão sido abordados, e aí eu não vou falar sobre buzkashi ou futebol australiano só para manter o assunto.

3. Tokusatsu - Eu gosto de escrever sobre tokusatsu (seriados japoneses com atores, tipo Jaspion, para quem esteja chegando agora e não saiba o que é) porque esse tipo de post alia duas das coisas que eu mais gosto no átomo: aprender mais sobre um assunto do qual eu goste e divulgar coisas pouco conhecidas das quais eu gosto para o público em geral. O problema com os posts de tokusatsu é que eles esão chegando ao mesmo beco sem saída que os dos esportes: eu já falei sobre todos os que me interessam. É bem verdade que os tokusatsu possuem uma vantagem: ninguém está inventado esportes novos, mas todo ano a Toei lança pelo menos um sentai e um Kamen Rider inéditos. Aparentemente, esses serão os responsáveis para que a Categoria continue recebendo novos posts.

4. Jogos de Tabuleiro - Se a Categoria Tokusatsu está na mesma situação da Esportes, a Categoria Jogos de Tabuleiro está na mesma situação que a Música: jogos novos raramente chamam a minha atenção, e quase todos os antigos dos quais eu gostava já foram contemplados com posts. Digo "quase" porque pode ser que ainda exista algum que eu tenha esquecido. E, enquanto eu não me lembro desse ou não me interesso por um novo - o que parece pouco provável, já que faz um bom tempo que não consigo jogar nenhum - a Categoria segue apenas com 12 posts, sendo o último, sobre Robo Rally, de dezembro de 2010.

5. Lovecraft - Algumas categorias, como "Contra", "Batman" ou "Animais e Plantas", já nascem com prazo de validade - o que significa que, esgotados os posts sobre aquele assunto, normalmente dois, ela provavelmente não ganhará nenhum novo. A Categoria Lovecraft também surgiu assim: eu sabia que, após falar de todos os contos presentes nos livros da Editora Iluminuras, seria bem difícil que Lovecraft voltasse a figurar no átomo.

Animado com os posts, entretanto, eu ainda estiquei a Categoria o quanto pude, falando sobre outras histórias escritas por Lovecraft que não figuravam nos livros da Iluminuras. Mesmo assim, como Lovecraft já morreu, e evidentemente deixou um número limitado de histórias, um dia eu acabei de falar sobre todas. Como eu disse no último post sobre elas, é pouco provável que eu venha a falar sobre as poesias ou sobre as obras de não-ficção de sua autoria, o que me leva a crer que, das cinco Categorias listadas aqui, "Lovecraft" tenha sido a primeira a encontrar o beco sem saída.

Cinco coisas bizarras que eu já pensei em fazer com o átomo

om-nom-nom-nom-nom1. Receitas - Houve uma época, lá por 2005 ou 2006, em que eu tinha bastante tempo livre. Para ocupar parte desse tempo, decidi que seria uma boa ideia atualizar o átomo duas vezes por semana, ao invés de apenas uma. Lembro-me que, segundo meu planejamento, o atualizaria todo sábado e toda quarta-feira: sábado seria o post "normal", enquanto toda quarta-feira eu publicaria uma receita.

Por que cargas d'água eu pensei nisso, não me pergunte. Sinceramente eu não me lembro, e hoje até acho espantoso que um dia tenha pensado nisso. Talvez eu tivesse tempo livre demais.

Em minha defesa, porém, vale dizer que não seriam receitas tradicionais, como bolo de chocolate ou bife à milanesa, e sim de comidas exóticas, como pretzels (aquele pão trançadinho que vende no shopping), drakini (uma panquequinha russa feita de batata) e pudim Yorkshire (que não tem nada a ver com o cachorro). Cheguei até a juntar um monte delas, mas acho que as deletei quando essa ideia estranha foi descartada.

2. A Volta das Divagações - A lucidez voltou e eu descartei a ideia das receitas, mas continuei com a vontade de fazer dois posts por semana. A ideia seguinte, portanto, era voltar com as Divagações.

Para quem não sabe, quando o átomo começou, ele não era um blog para falar sobre as coisas que eu gosto. Eu passava por um momento meio questionador, de forma que criei o blog para dar voz aos meus pensamentos. Quando o momento passou e eu enchi o saco, para não tirar o blog do ar eu resolvi transformá-lo, pondo em prática uma outra ideia que eu já nutria há algum tempo. Até essa transformação, eu cheguei a escrever 14 posts expressando meus pensamentos (mais um de boas-vindas e um anunciando a transformação), os quais, hoje, eu chamo de Divagações.

Mesmo após o fim da Era das Divagações, de vez em quando ainda me dá vontade de expressar meus pensamentos em forma de texto. Assim, quando desisti das receitas, mas continuei querendo aumentar a frequência de posts, pensei em alternar os posts sobre coisas que eu gosto com Divagações. Acabei desistindo dessa ideia primeiro por não achar nenhuma Divagação boa para inaugurar a série, depois por achar que, um dia, eu iria encher o saco de escrever Divagações novamente, como aconteceu lá no início.

Logo depois, achei que era melhor desistir desse negócio de dois posts por semana.

3. Idiomas - Eu adoro aprender idiomas. Se pudesse, acho que aprenderia todos. Já fiz vários cursos, comprei vários livros do tipo "aprenda sozinho", e, com o advento da internet, de vez em quando me ponho a pesquisar sobre uma determinada língua. Embora só me considere fluente nuns três ou quatro, acho que sei regras de pronúncia, palavras, regras gramaticais e expressões de mais de vinte.

Sendo o átomo um blog sobre coisas que eu gosto, mais de uma vez eu já considerei falar sobre idiomas. Não seria nada radical como no caso das receitas, seria mais tipo uma categoria "idiomas", para a qual eu de vez em quando escreveria posts. O motivo pelo qual eu nunca fiz esses posts é que eu nunca consegui definir qual seria a melhor forma de fazê-lo. Afinal, um idioma é uma coisa super complexa, de forma que seria dificílimo eu falar da estrutura da língua, vocábulos principais, pronúncia etc. em apenas um post - e fazer uma série de posts sobre cada idioma que eu quisesse abordar seria um saco.

Mas confesso que, de todas as coisas bizarras que eu já pensei em fazer com o átomo, essa é a que eu acho menos bizarra - e a que tem a maior chance de realmente ser feita. Se bem que, de uns tempos pra cá, eu tenho pensado em falar de idiomas não no átomo, mas em outro blog, dedicado apenas ao assunto. Pena que eu já não tenha mais tanto tempo livre quanto na época das receitas.

4. O Melhor do BLOGuil - Quem está chegando agora pode não saber, mas o átomo não foi meu primeiro blog. Quando nem sabia direito o que era um blog, eu criei o BLOGuil, blog que dividi durante quatro anos com quatro amigos. Diferentemente do átomo, o BLOGuil não era um blog "sério", mas um blog cômico, no qual fazíamos piadas, implicávamos uns com os outros e postávamos textos em tom de comédia, a maioria de sátira ou paródia, mas alguns originais nossos. Foi uma boa época, que chegou ao fim porque as boas ideias foram se esgotando, a vida adulta foi chegando, até que todos nós perdemos o interesse em atualizá-lo.

O BLOGuil foi fundado em 7 de maio de 2002. Eu ainda o mantive respirando por aparelhos até 7 de maio de 2006, dia no qual coloquei no ar seu último post. Até hoje o blog está lá, embora mudanças ocorridas na internet o tenham descaracterizado ao ponto de, hoje, só ser possível mesmo ler os textos, com toda a parte gráfica tendo sido perdida (a maioria das figuras que usávamos sumiu de seus sites de origem, por exemplo, e a mudança no modelo de template do blogger me obrigou a escolher um genérico). Muitos desses textos, porém, são muito bons, e mereciam ser reaproveitados (muitos também me causam a mesma vergonha dos Micro Heroes, mas isso é outra história). Foi daí que eu tive a ideia, no início de 2012, de homenagear os dez anos de criação do BLOGuil, republicando no átomo, talvez no mês de maio, talvez ao longo do ano, alguns desses melhores textos, em uma série chamada "O Melhor do BLOGuil".

A razão pela qual eu não fiz isso é meio vergonhosa: eu esqueci. Após muito pensar em como faria a série, acabei decidindo que o primeiro post iria ao ar no dia 7 de maio, quando o BLOGuil completaria dez anos, e depois eu postaria um por mês até dezembro. Cheguei até a separar os oito posts que eu iria republicar. O problema foi que eu fiz isso em janeiro, e o mês de maio foi um pouquinho complicado. Assim, quando me lembrei, o dia 7 já tinha passado faz tempo (pra falar a verdade, acho que só lembrei em junho), e, com o momento propício perdido, acabei achando que não tinha mais razão em publicar a série.

5. Fechar a tampa no post 500 - Quando eu comecei a escrever o átomo, eu tinha muito tempo livre, então era bastante fácil escrever com regularidade. Mas, conforme os anos foram passando - e a complexidade dos posts aumentando - precisei tomar algumas providências caso quisesse continuar atualizando o blog com uma certa frequência. Coisas como postar apenas uma vez por semana e escrever os posts com antecedência, por exemplo. Já há um bom tempo, eu levo uns três ou quatro dias para escrever cada post, de forma que escrevo apenas um por semana - e sempre exatamente um, quando o termino, espero até a semana seguinte - e mantenho sempre pelo menos cinco de frente - ou seja, assim que eu posto, já tenho outros quatro prontos, e começo o quinto normalmente já na própria segunda-feira.

Mesmo assim, nos últimos meses escrever para o átomo, apesar de continuar sendo extremamente prazeroso, tem sido também extremamente complicado, graças a algumas mudanças que aconteceram na minha vida - comecei em um novo emprego e me casei, só para citar as duas mais importantes. Diante disso, cada novo post que foi ao ar acabou sendo considerado por mim uma pequena vitória, e, como o de número 500 estava próximo, o estabeleci como minha meta pessoal. Colocar esse post aqui no ar, hoje, foi a maior vitória de todas.

Até bem pouco tempo, inclusive, esse post não era apenas a minha meta, mas a linha de chegada verdadeira. Com esse post, eu me despediria, e encerraria o átomo para novas publicações, mantendo-o no ar só com os posts antigos.

Não se desesperem ainda, porque não consegui. Esse não é o último post do átomo. Para falar a verdade, tenho até mais três já escritos, e, nas últimas semanas, tenho tido ideias para mais alguns. E pretendo me programar para que possa continuar postando com uma certa regularidade, mesmo com meu tempo livre diminuindo cada vez mais.

Então, podem comemorar, o átomo continua. Evidentemente, a próxima meta são 600 posts, mas não vou prometer nada. Também não prometo que vou continuar conseguindo postar uma vez por semana, embora essa ainda seja a intenção. De qualquer forma, agradeço de coração aos que visitam, comentam, seguem - mesmo que você só faça uma dessas três coisas, agradeço do mesmo jeito - e, principalmente, aos que gostam do átomo. Eu ainda gosto, e muito. E, enquanto eu gostar, não há razão para deixar de atualizá-lo.
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